Andreas Kisser tece críticas ao governo e explica o legado que o Sepultura deixará
Por Emanuel Seagal
Postado em 09 de dezembro de 2023
Durante uma coletiva de imprensa realizada em São Paulo nesta sexta-feira, 8 de dezembro de 2023, o Sepultura anunciou que encerrará suas atividades após uma turnê de despedida. Ao ser questionado sobre o legado que o Sepultura deixará, Andreas relembrou o passado e citou o músico colombiano Juanes, que os fãs de metal devem reconhecer pela sua cover de "Enter Sandman", na edição comemorativa do álbum homônimo do Metallica.
"Um depoimento muito interessante que ouvi foi do Juanes, esse músico colombiano, um cara fenomenal, o cara do 'La Camisa Negra'. Ele falou que teve muito mais impulso na carreira dele, de ter uma carreira internacional, depois dele ver o Sepultura conseguir uma carreira internacional. Eu achei muito foda isso, um cara que não é do mundo do metal, mas é um fã do metal, ele tem outro tipo de música, mas ver que uma banda do Brasil ter conseguido o que a gente conseguiu, influenciou muita gente na América Latina. A gente ia pra Argentina, até hoje, muito argentino acha que o Sepultura é uma banda argentina, ou no Chile, uma coisa da América do Sul, essa coisa de união latina, etc. Então eu acho que esse é um legado que o Sepultura deixa, de que realmente é possível, apesar de todas as dificuldades, da falta de apoio, de um governo que não se preocupa com a cultura do Brasil num aspecto mais amplo. A gente sempre fez tudo meio que sozinho. Pra comprar equipamento sempre foi uma desgraça, gastar uma grana pra ir pra fora pra trazer uma guitarra, enfim. A gente usou todos os artifícios que a gente pôde pra ter qualidade de gravação, qualidade de produto, pro fã, e a gente sempre foi muito cuidado com esse tipo de coisa", explicou.
Segundo Andreas, a história do Sepultura, de garotos que acreditaram em um sonho que não parecia possível e atingiram seus objetivos com trabalho duro, não morrerá, e abriu caminho para as bandas de hoje. "Acho que é uma porta que o Sepultura realmente abriu e todos passam por essa porta, acho que é isso, esse legado de realmente acreditar no seu potencial, independente de onde você for. Você vê países como Irã, outros países que tem dificuldades culturais com o heavy metal, que os caras não param, e acho que o Sepultura também tem uma parte nisso. Sepultura trocou de membro, trocou de vocalista, trocou de empresário, trocou de gravadora, e estamos aqui, ressignificando, se reinventando, cada vez mais forte, respeitando as mudanças, e não ficar chorando, querendo voltar no tempo, ficar copiando você mesmo, virar um escravo de uma coisa que você não é mais, então eu gostaria que o legado fosse esse realmente, de autorrespeito, de viver o presente e trabalhar com o que tem nas mãos, no momento, acho que é aí que você é criativo mesmo, nem no passado, nem no futuro, é no agora, e a gente sempre colocou isso nas nossas letras, nas nossas atitudes em relação à música, em relação a tudo que envolve o Sepultura, e espero, eu acho que isso influenciou muita gente também", concluiu.
A turnê mundial do Sepultura deve durar 18 meses e começará no Brasil. Confira as datas.
1º de março de 2024 — Belo Horizonte — MG (Arena Hall)
2 de março de 2024 — Juiz de Fora — MG (Estac. do Cultural)
9 de março de 2024 — Brasília — DF (Arena Lounge)
15 de março de 2024 — Uberlândia — MG (Castelli)
21 de março de 2024 — Porto Alegre — RS (Araújo Vianna)
22 de março de 2024 — Curitiba — PR (Live)
23 de março de 2024 — Florianópolis — SC (Arena Opus)
06 de setembro de 2024 — São Paulo — SP (Espaço Unimed)
Sepultura anuncia turnê de despedida
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