Michael Sweet: repassando fake news sobre brasileiro morto após vacina da Covid
Por Igor Miranda
Postado em 11 de dezembro de 2020
O vocalista Michael Sweet, do Stryper, revelou em entrevista ao canal de YouTube "Rocking With Jam Man" que não sabe se tomará a vacina contra a Covid-19. O músico citou uma informação falsa de que "alguém no Brasil foi vacinado e morreu", como se a imunização tivesse causado o óbito - o que não foi o caso.
Em sua declaração, transcrita pelo Blabbermouth, Michael Sweet reagiu à notícia de que o comitê da FDA (Food and Drug Administration), que regula os medicamentos nos Estados Unidos, recomendou a aprovação emergencial da vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNTech. Reino Unido, Canadá e Bahrein já deram sinal positivo para o imunizante em questão.
"Não sei (se tomarei a vacina). Não tenho certeza. Quero esperar um pouco para ter certeza de que não há problemas com a vacina. Estou um pouco apreensivo, pois sempre que eu tomo vacina para gripe, eu fico doente. Não me dou bem com vacinas", afirmou o músico do Stryper, inicialmente.
Em seguida, Michael Sweet disse que está "um pouco preocupado" por conta de um caso supostamente ocorrido no Brasil. "Ouvi uma história de alguém no Brasil que tomou a vacina contra Covid, ficou doente e morreu. Não sei se teve relação direta com a vacina. Estou um pouco preocupado com a pressa em tomar a vacina. Porém, acho que com o tempo, certamente irei tomar. Só não sei quando", disse.
A entrevista pode ser ouvida no player de vídeo a seguir, em inglês e sem legendas.
Mortes de voluntários no Brasil - sem relação com vacina
Embora tenha destacado que não sabe se a morte teve relação direta com a vacina, Michael Sweet acabou repassando uma especulação que já foi desmentida. No Brasil, foram divulgados ao menos dois casos específicos de voluntários de vacinação que faleceram, mas por razões que não estão ligadas ao imunizante.
Em outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou que um médico voluntário da vacina da Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca morreu após tomar a injeção - não se sabe se com o imunizante ou com placebo. Todavia, o óbito ocorreu porque ele contraiu o novo coronavírus enquanto atuava na linha de frente do combate à pandemia.
Já no início de novembro, a Anvisa chegou a suspender os testes da CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa SinoVac em parceria com o Instituto Butantan, após um voluntário morrer. A agência chegou a citar "efeito adverso grave", sem dar explicações. Depois, foi constatado que o participante cometeu suicídio.
Esta segunda ocasião foi bastante comentada no Brasil não só pela suspensão da Anvisa, como, também, pelo fato de o presidente Jair Bolsonaro ter dito em uma rede social que a morte do voluntário da CoronaVac representaria mais um episódio em que "Jair Bolsonaro ganha". A vacina da SinoVac será produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao estado de São Paulo, cujo governador é João Doria, adversário político do presidente.
"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos a tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", afirmou o presidente, na ocasião.
Após ser divulgada a informação de que o voluntário da CoronaVac cometeu suicídio, Bolsonaro declarou, durante uma live nas redes, que o ato do participante tirar a própria vida pode ter sido ocasionado por "efeito colateral" da vacina.
"Pode ser o efeito colateral da vacina também. Tudo pode ser. Não sei se já chegaram à conclusão, mas esclarece e volta a pesquisar a vacina, a Coronavac, da China. Estão tentando investigar, porque quando um pessoa comete suicídio, geralmente tem um histórico de depressão, a mulher largou ele, o marido largou ela. Uma série de coisas: histórico familiar, perdeu o emprego, perdeu tudo. Vamos apurar a causa do suicídio e daí, obviamente, em sendo suicídio, não tem nada a ver com a vacina", disse.
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