Iced Earth: Stu Block e Luke Appleton deixam a banda após prisão de Jon Schaffer
Por Igor Miranda
Postado em 15 de fevereiro de 2021
O vocalista Stu Block e o baixista Luke Appleton confirmaram, em publicações nas redes sociais, que não fazem mais parte do Iced Earth. A decisão foi tomada semanas após a prisão do guitarrista e líder da banda, Jon Schaffer, acusado de envolvimento na invasão ao Capitólio, o Congresso dos Estados Unidos, no início do mês passado.
Em seu comunicado, Block afirmou, inicialmente: "Há momentos e eventos onde você tem que fazer um balanço e reavaliar sua vida, trabalho e trajetória para o futuro. Dito isso, informei a Jon e à sua atual gestão que estou anunciando minha saída do Iced Earth, decisão com efeito imediato".
O cantor completou que "precisou de algumas semanas para processar a situação, assim como outros envolvidos com a banda, antes de tomar alguma decisão epssoal". "É a melhor decisão, em muitas maneiras, para meu crescimento pessoal e profissional daqui para frente. É hora de seguir em frente, curar e prosperar", declarou.
Por fim, o vocalista disse que sente "muito amor e respeito por todos" e pediu para que os fãs não fiquem preocupados. "Fiquem ligados nas novidades que estão por vir! Hora de embarcar em um novo capítulo. Sejam bons uns com os outros", concluiu.
O comunicado divulgado por Luke Appleton possui tom similar. "Em resposta aos eventos e circunstâncias recentes, eu notifiquei a gerência do Iced Earth e Jon que deixarei de ser baixista do Iced Earth, decisão com efeito imediato. Gostaria de agradecer a todos que me enviaram seu apoio e amor durante este momento difícil. Obrigado", declarou.
Pela mesma razão, o vocalista Hansi Kürsch, conhecido por seu trabalho com o Blind Guardian, anunciou no início deste mês sua saída do projeto Demons & Wizards, que ele mantinha com Jon Schaffer. Em um breve comunicado divulgado à imprensa, Kürsch declarou: "Disse a Jon e à Century Media que estou deixando o projeto Demons & Wizards, uma decisão com efeito imediato. Minha colaboração com Jon no Demons & Wizards acabou".
Confusão com post de Stu Block
Na época em que ocorreu a invasão ao Capitólio, o nome de Stu Block foi envolvido em controvérsia por supostamente apoiar o ato. Uma captura de tela de uma postagem já apagada mostrou o cantor dizendo: "Oh, está acontecendo! A história está sendo feita. Enviando amor aos meus amigos nos Estados Unidos e em todo o mundo".
Um internauta chegou a perguntar se ele estava "condenando" o ocorrido. Então, conforme apontado na captura de tela, o vocalista respondeu: "E em qual lugar da minha declaração você teve essa impressão?".
Após Stu Block remover a postagem, diversos seguidores passaram a questioná-lo, divulgando a captura de tela da publicação deletada. De acordo com o site MetalSucks, todos esses internautas foram bloqueados da página de Block e tiveram seus comentários apagados.
Diante da repercussão negativa, Block se retratou, também pelo Facebook, dizendo que foi "mal interpretado". "Sou humano e cometo erros. Meu texto foi absolutamente mal compreendido e sei que as pessoas e a mídia podem interpretar as coisas de forma diferente. [...] Isso tudo ocorreu antes de eu descobrir que os manifestantes extrapolaram os limites. [...] Se você me segue, sabe que geralmente sou um cara de paz, de gatinhos e de música", afirmou, na ocasião.
No dia 9 de janeiro, três dias após a invasão ao Capitólio, os músicos do Iced Earth com exceção de Jon Schaffer - Block, Appleton, o guitarrista Jake Dreyer e o baterista Brent Smedley - afirmaram que não apoiam a violência registrada em meio ao protesto e disseram que confiam na investigação da Justiça sobre os atos.
A prisão de Jon Schaffer
Jon Schaffer se entregou às autoridades e foi preso no último dia 17 de janeiro, onze dias após a invasão ao Capitólio. Um grupo de apoiadores do presidente Donald Trump entrou sem permissão no local, cometendo uma série de crimes e alegando, sem provas, assim como Trump, que a eleição presidencial vencida por Joe Biden foi objeto de fraude.
No dia 8 de janeiro, dois dias após a invasão, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) divulgou fotos de várias pessoas envolvidas na entrada ilegal ao Capitólio, que resultou em violência. Foram registrados diversos atos de vandalismo e relatos de tiros dentro do prédio - quatro pessoas foram mortas, em circunstâncias que ainda não foram totalmente esclarecidas.
Em meio às fotos, estava Jon Schaffer, que usava um chapéu da Oath Keepers, uma milícia antigovernamental de extrema-direita. Ele estava ao lado de outros manifestantes e, na imagem, aparecia dentro do prédio.
Estima-se que pelo menos 170 pessoas estão sendo investigadas pelo FBI por terem feito parte da invasão. Ao menos 54 cidadãos já foram acusados criminalmente pelo ato.
O músico é acusado de seis crimes:
- Entrar ou permanecer, de forma consciente, em um edifício ou terreno restrito sem autoridade legal;
- Perturbar a conduta de ordem da rotina governamental;
- Participar, de forma consciente, de um ato de violência física contra qualquer pessoa ou propriedade em qualquer edifício ou terreno restrito;
- Entrar, de forma violenta e desordeira, em um edifício do Capitólio;
- Envolver-se em um ato de violência física em um edifício do Capitólio;
- Realizar desfile, manifestação ou piquete em um edifício do Capitólio.
Em nota, o FBI declarou: "Jon Schaffer, de Columbus, Indiana, foi preso devido à conexão com o incidente de 6 de janeiro no Capitólio dos Estados Unidos. Schaffer enfrenta seis acusações, incluindo envolvimento em um ato de violência física no prédio do Capitólio. Schaffer, supostamente, estava entre os desordeiros que dispararam 'spray de urso' (uma variação mais forte do spray de pimenta, usada para conter ursos; imagens abaixo) no policiamento no Capitólio".
A invasão ao Capitólio
Um grupo de apoiadores de Donald Trump invadiu o Capitólio e entrou em confronto com a polícia, no dia 6 de janeiro, em meio à contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral americano nas eleições presidenciais, do último mês de novembro. Na ocasião, Joe Biden venceu Trump, que buscava continuar no cargo, e se tornou o próximo presidente dos Estados Unidos.
Com o ato dos manifestantes, a contagem oficial foi interrompida, bem no momento em que eram avaliadas objeções ao resultado no estado do Arizona, onde Joe Biden ganhou de Donald Trump. O atual presidente americano afirma, sem apresentar provas, que a eleição de Biden foi fraudada, provocando a vitória do candidato democrata - por isso, ele não aceita o resultado apresentado pelo Colégio Eleitoral.
De acordo com a Agência Brasil, antes da invasão, Trump fez um discurso de cerca de três horas para a multidão na praça do obelisco de Washington. Ao discursar, ele voltou a dizer que venceu as eleições. "Você não cede quando há roubo envolvido. Nosso país está farto e não vamos aguentar mais", afirmou.
Após diversos atos de vandalismo e relatos de tiros dentro do prédio - quatro pessoas foram mortas, em circunstâncias que ainda não foram totalmente esclarecidas -, o Congresso dos Estados Unidos precisou ser bloqueado por agentes da Guarda Nacional.
Invasão do capitólio americano
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