Gloria: quanto a banda ganhou para tocar no Rock in Rio 2011 - e quanto sobrou
Por Igor Miranda
Postado em 21 de novembro de 2021
Mi Vieira, vocalista do Gloria, revelou sem rodeios qual foi o cachê recebido por sua banda para tocar no Rock in Rio 2011. Ele, que negou ter pago para se apresentar no festival, também contou qual foi o - baixo - valor restante desse cachê após o show.
Em entrevista ao Colisão Podcast, transcrita pelo Whiplash.Net, Mi contou que o Gloria recebeu R$ 40 mil pela performance. Porém, sobraram apenas R$ 1,5 mil após o evento, porque o cachê teve de ser usado para cobrir todos os custos ligados à apresentação.
Inicialmente, ele contou: "Eu nunca teria dinheiro para pagar um jabá para tocar no Rock in Rio, até porque o Rock in Rio nem funciona dessa forma. Recebi um cachê, e foi um cachê legal. Só que desse cachê, sobrou para mim R$ 1,5 mil - e foi muito".
O cantor relembrou que soube da contratação do Gloria para o Rock in Rio um dia após a banda tocar em outro grande festival: o SWU, ainda em 2010. "A gente tinha tocado no SWU em 2010, com Linkin Park, Queens of the Stone Age, Avenged Sevenfold, Incubus, Cavalera Conspiracy - que o Max e a Gloria trataram a gente muito bem - e foi um p*ta show. No dia seguinte, o Rick Bonadio (empresário e produtor) me ligou. [...] Ele me perguntou se eu gostava de Metallica, Motörhead e Slipknot. Falei que sim e ele: 'parabéns, daqui um ano você vai tocar no Palco Mundo do Rock in Rio'", disse.
Como o Gloria foi parar no Rock in Rio
Ainda de acordo com Mi Vieira, o Gloria entrou para o line-up do Rock in Rio 2011 após a organização do evento procurar por outra banda: o NX Zero. Na época, os dois grupos eram gerenciados por Rick Bonadio.
"A Marizinha, curadora das bandas nacionais do Palco Mundo, [...] foi no Midas contratar o NX Zero para tocar com o Red Hot Chili Peppers. [...] Daí ela chegou no Rick e falou: 'no dia do metal, não tem banda para tocar, porque o Sepultura vai tocar no Palco Sunset, já que a Monika Cavalera é uma das curadoras; você conhece alguma banda de metal?'. Pô, ele tinha o Gloria. Então, ele mostrou para a Marizinha e ela falou: 'é isso'", afirmou.
Cachê, pero no mucho
Embora o Gloria tenha sido contratado por R$ 40 mil, a organização do Rock in Rio deixou claro que o valor deveria ser usado para arcar com as despesas relacionadas à apresentação - transporte (de pessoas e equipamentos), hospedagem, estrutura para um show de grande porte, entre outros. Ou seja: estava mais para uma "ajuda de custo" do que para um cachê.
"É uma p*ta pressão psicológica. Falaram: 'a gente está te dando esses R$ 40 mil, mas desse dinheiro vocês pagam hotel, transporte, um cara para fazer o telão, etc'. Também tinha a porcentagem do Rick: 40% era dele como empresário. Sobrou o que eu te falei", contou Mi.
O vocalista afirmou inicialmente que o Gloria precisou fazer bate-volta para se apresentar, visto que não havia lugar para ficar. Em seguida, foi dito pelo cantor que a banda que eles ficaram em um apartamento emprestado, onde 14 pessoas - entre músicos e equipe - ficaram no período do show.
"Falam que pagamos para tocar, mas tivemos que fazer bate-volta para fazer show (e não ficar em hotel). Igual quando a gente pega van - até hoje - para tocar em algum lugar tipo Curitiba e faz bate-volta porque não tem hotel para ficar. Não tinha nem hotel no Rio, pois estava tudo já reservado. Nosso ex-produtor conseguiu com a ex-namorada um apartamento em Copacabana que era um quarto, uma cozinha e um banheiro. Éramos 14 pessoas. Levamos colchão. Pagamos um carreto que era do Fresno para trazer nosso equipamento", contou.
Pressão psicológica
Além de não ter um cachê propriamente dito, o Gloria precisou lidar com a rejeição do público. Parte dos fãs entendia que a banda não deveria se apresentar naquele dia de evento, que era destinado a atrações mais tradicionais do metal - muito menos no Palco Mundo, já que os veteranos do Sepultura tocariam no Palco Sunset.
"Fomos para o Rock in Rio vendo o NX Zero sendo vaiado e com o c* na mão. Nem dormimos. A passagem de som foi às 10h da manhã. Já às 11h, tinha 50 mil pessoas na frente do palco mandando a gente tomar no c*. Não tem sangue que aguente. Tomei 25 gotas de Rivotril, entrei debaixo da mesa e rezei para todos os santos. [...] Passaram o som sem mim. Fumei pra c***lho para aguentar aquela pressão. Não tinha como. Tudo isso me brochou da cena metal em si", declarou.
Por fim, ele revelou ter recebido apoio de João Gordo, do Ratos de Porão, e Marcello Pompeu, do Korzus, que se apresentaram no mesmo dia. "As únicas pessoas que compraram nossa treta foram João Gordo e Pompeu. Eles tinham tocado no dia e falaram: 'vocês têm que apoiar as bandas novas'", disse.
O trecho da entrevista em que Mi Vieira fala sobre o assunto pode ser assistido no player de vídeo a seguir.
Rock In Rio 2011
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