Slipknot: o show mais brutal de todo o Rock In Rio
Resenha - Slipknot (Rock in Rio, Rio de Janeiro, 25/09/2011)
Por Marcelo Prudente
Fonte: Rock On Stage
Postado em 29 de setembro de 2011
Há algum tempo atrás quando o nome Slipknot apareceu como um dos principais a figurar no dia heavy metal do festival Rock in Rio 4, havia uma certa desconfiança no ar, por conta da morte de um dos fundadores da banda, o baixista Paul Gray; o tempo que ficaram na geladeira gerando a dúvida sobre continuidade da banda e a proposta sonora ser um tanto quanto diferente da velha escola Motörhead e Metallica.
Chegado o dia do festival outra indagação começou a pipocar: Slipknot tocando depois do trio mais pesado e sujo do Motörhead? Pelo menos para esse redator que vos fala gerou certa desconfiança, até descrença, sobre o poderio sonoro dos americanos, a qualidade de sua apresentação e a capacidade da banda em segurar a bronca de abrir para a vanguarda do thrash metal, o Metallica. Afinal, o som praticado pela banda tem como foco o público mais jovem, se preferir os adolescentes pseudo-revoltados, onde a idéia de odiar tudo e todos é sempre a bola da vez.
E como é bom dizer: minhas previsões estavam equivocadas do começo ao fim. O Slipknot trouxe, sem a menor dúvida, o show mais brutal de todo festival e conseguiu a atenção do público do primeiro ao último acorde. Inclusive do público que, digamos, já tem bons anos na longa estrada do rock n’ roll. A insanidade instaurada no palco pelos mascarados era refletida aos fãs, que por sua vez a potencializava e devolvia à banda em forma de insanos mosh pits, punhos cerrados ao ar e muitos, mas muitos, urros na tentativa de superar a desgraceira vinda do palco.
Em uma briga digna aos grandes titãs, banda e público fizeram bonito pela bacana cumplicidade e respeito entre as partes. E por falar no melindroso assunto respeito, mesmo num show em que a pista mais parecia arena de gladiadores, visto tamanha agitação e brutalidade da galera, o respeito e amizade falavam tão alto quanto o som vindo dos PA’s, indo de encontro às previsões e impressões vendidas pelos mais desinformados.
Ornamentado numa produção interessante, com direito a labaredas de fogo; telão com imagens destorcidas, às vezes sem nexo algum, em meio ao logo da banda; diversas estacas com o a letra ‘S’ personalizada fincadas pelo cenário; percussão que tem seu tablado elevado em determinados momentos do show e a bateria que se coloca na vertical para o delírio dos fãs, os americanos conseguiram a ambiência perfeita para seu caos, ou melhor, para sua música.
Não é segredo que o Slipknot não tem lá uma discografia robusta, com inúmeros álbuns de estúdio, mas nos quatro discos lançados pela banda há material suficiente para fabricação de uma bomba sonora de proporção catastrófica. E, acredite amigo, isso foi mais que provado no último domingo (25).
Do primeiro álbum vieram aberrações sonoras do teor de "(Sic)", "Eyeless", "Liberate", "Surfacing" e as mega conhecidas "Wait And Bleed" e "Spit It Out". Vale acrescentar que essas duas últimas canções citadas foram o cartão de visitas da banda no começo de carreira, e por muito tempo foram referência musical do até então pouco conhecido nome Slipknot, sendo assim, são as responsáveis pelo holofote na carreira dos músicos. E como o peso das canções incita. A recepção não poderia ser diferente do caos estabelecido pelos fãs.
"Disasterpiece", "People=Shit" e "The Heretic Anthem" beberam muito da fonte death metal, e vêem representando o álbum, "Iowa". Como era de se esperar, a performance agressiva dos caipiras de Iowa manteve o clima do show em temperatura elevadíssima, mas por trás da grossa camada de agressividade e presença de palco insana, os músicos se defendem com nível técnico acima da média, tendo destaque para o ‘baixinho’ baterista Joey Jordison e o vocalista Corey Taylor. Como esse rapaz canta...
Em uma comparação irresponsável ao material escrito pelos americanos, as canções "Before I Forget", "Duality" e "Psychosocial" podem ser taxadas como os momentos mais acessíveis do repertório, onde há um flerte com vocais limpos, mas, tampouco, é sinônimo de ‘moleza’ aos fãs. O peso só está embrulhado numa forma mais amena aos ouvidos mais sensíveis.
E sem medo algum de errar ou fazer previsões sem pé ou cabeça, como alguns supostos gurus o fazem, afirmo que o Slipknot fez o show mais brutal de todo o festival, e olha que ainda faltam alguns dias de festival para rolar, com apresentações do calibre e peso de System of a Down, sendo a única banda do ‘cast’ do festival que pode tentar chegar perto da desorientação sonora produzida pelo Slipknot. E reitero o quão feliz fiquei de ver minhas equivocadas previsões caindo por terra. Digo mais. Espero que a insanidade, que também atende pela alcunha de Slipknot, volte o quanto antes aos palcos brasileiros e traga de volta esse tão bem vindo circos dos horrores.
http://rockonstage.blogspot.com/
http://www.territoriodamusica.com/rockinrio/?c=27053
Rock In Rio 2011
Outras resenhas de Slipknot (Rock in Rio, Rio de Janeiro, 25/09/2011)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
O melhor disco do Kiss, de acordo com a Classic Rock
Dave Grohl elege o maior compositor de "nossa geração"; "ele foi abençoado com um dom"
Rush confirma primeiros shows da turnê de reunião na América Latina
Site americano elege melhores guitarristas do metal progressivo de todos os tempos
Soulfly lança "Chama", seu novo - e aguardado - disco de estúdio
Após fim do Black Sabbath, Tony Iommi volta aos palcos e ganha homenagem de Brian May
A banda em que Iron Maiden se inspirou para figurino na época do "Piece of Mind"
A melhor música do pior disco do Iron Maiden, segundo o Heavy Consequence
A melhor música dos Titãs, na opinião de Mateus Ribeiro
As 15 bandas mais influentes do metal de todos os tempos, segundo o Metalverse
A única vez na história que os Titãs discordaram por razão moral e não estética
O único membro dos Titãs que votou contra a demissão do baterista André Jung
O pior disco do Queen, de acordo com a Classic Rock
Rock in Rio: como é feita a contratação de artistas?
Ouça a guitarra de Adrian Smith no show do Iron Maiden no Rock in Rio
Rock In Rio: como foram os shows da 3ª noite?
Confessori, baterista do Angra, caçando treta com Claudia Leitte
Show do Angra no Rock In Rio 2011 é "triste de lembrar"
Gloria: quanto a banda ganhou para tocar no Rock in Rio 2011 - e quanto sobrou
A banda moderna da qual Ozzy Osbourne queria ser membro: "Quero ser o número 10!"
Os álbuns pelos quais Corey Taylor quer ser lembrado; "orgulho" em dois extremos
Slipknot processa "ciberagregador" para retomar o domínio slipknot.com após 24 anos
O álbum que Corey Taylor disse que define o heavy metal
Slipknot está criando músicas novas, afirma o baterista Eloy Casagrande
14 baladas de metal que provam que emoção não é exclusividade do hard farofa
O melhor disco do século 21, de acordo com o Loudwire
Os 25 maiores álbuns de metal lançados após o ano 2000, em lista da Loudwire
Joey Jordison considerava baterista do Mastodon um dos seus heróis
Confira "Angels Cry", do Angra, pela câmera de Kiko no Rock in Rio


