Jon Lord: com a Sinfônica de São Paulo na Virada Cultural
Resenha - Jon Lord (Avenida São João, São Paulo, 02/05/2009)
Por Daniel Almeida
Postado em 13 de maio de 2009
Com mais de uma hora para o show muitas pessoas já estavam presentes na frente do palco vendo a passagem de som e vibrando com a música do grupo e da Orquestra Sinfônica de São Paulo, regida pelo maestro Rodrigo Carvalho. Quando o show começou essa vibração foi multiplicada e a rua já estava lotada, além de pessoas (e cachorros) nas janelas e marquises ao redor do palco. Pessoas de todas as idades pararam para ver o concerto.
Infelizmente o palco e o local não eram os mais favoráveis para a apresentação de uma orquestra sinfônica e o som, especialmente o que vinha da caixa à esquerda falhava algumas vezes e era possível ouvir até a interferência característica de um telefone celular tocando, provavelmente na mesa de som. Não era possível ouvir todos os instrumentos da orquestra muito menos ver todos os músicos. Mas estes, em compensação, pareciam bem empolgados com a oportunidade, tirando fotos da apresentação e da platéia e acenando, alguns até em atitude mais rock n roll, levantando os instrumentos.
A apresentação foi certamente inesquecível para quem estava lá. Por mais que se faça comparações com a apresentação original com o Deep Purple, a banda trazida por Lord - Steve Balsamo (vocal), Kasia Laska (vocal), Chester Kamen (guitarra), Guy Pratt (baixo) e Steve White (bateria) - não deixou a desejar. Curioso apenas o fato observado por pessoas na platéia de que é necessário um homem e uma mulher para fazerem a voz de Ian Gillan nos bons tempos.
Os solos de Lord são característicos como o timbre de seu órgão, a todo momento ele presta atenção à orquestra como se fosse o maestro. Os solos de guitarra, ao contrário, trazem características diferentes dos solos de Blackmore (motivo pelo qual muitos fãs ainda torcem o nariz para Steve Morse no Deep Purple) mas não deixam de se adequar e soarem belos.
O solo de bateria do terceiro movimento começou, digamos, fraco, deixando o público apreensivo. Mas claro que Lord não escolheria qualquer um para segurar as baquetas ao seu lado e logo o solo ganhou força e ritmo empolgando a platéia e os músicos da orquestra que, a todo momento, se viravam para ver o grupo em ação.
Ao final do concerto o grupo e a orquestra tocaram "Wait a While" - bela e triste canção como observado por Lord - que, para alguns presentes, lembravam músicas de Titanic e temas da Disney e lindamente interpretada por Kasia. Esta música também está na apresentação de 1999.
Após uma introdução diferente com a orquestra veio a virada de bateria anunciando "Pictures of Home" que trouxe mais empolgação ao Purplemaníacos. A versão foi parecida com a mesma apresentada também no concerto de 1999.
A música seguinte surpreendeu os presentes pois, como Jon Lord anunciou, não é uma composição sua e sim de Ritchie Blackmore e Roger Glover: "Soldier of Fortune". Infelizmente nesta canção o cantor Steve White - que parecia empolgado em tirar fotos - errou o momento de cantar por duas vezes. Ok, não houve vaias e o público aplaudiu ao final.
Então o que, para mim, foi o grande momento do show. Os dois acordes de Sol seguidos de Lá anunciavam "Child in Time" que, todos sabem, o Deep Purple não apresenta mais. Foi de arrepiar, o público cantou junto com o casal dos vocais (o quanto pode, segurar os agudos não é para qualquer um) que mostrou entrosamento. O solo de Chester Kamen foi brilhante e também deu torcicolo na orquestra.
Ao final, para este que escreve, valeram a pena as 12 horas de viagem de ida e volta entre Rio e São Paulo "apenas" para ver este concerto do qual sou fã desde que o ouvi pela primeira vez há mais ou menos dez anos. Pouco para um concerto que completa 40 anos de sua primeira apresentação com a Royal Philarmonic Orchestra no Royal Albert Hall.
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