Virada Cultural: Em São Paulo, um evento não à altura de um Jon Lord
Resenha - Jon Lord (Avenida São João, São Paulo, 02/05/2009)
Por Lucas Mosca
Fonte: poeiraZine
Postado em 11 de maio de 2009
Já que o assunto é rock´n´roll, vou contrariar a máxima de que "cavalo dado, não se olha os dentes". Tudo bem, o evento foi gratuito. Mas, em compensação, não à altura de um lorde. Ou melhor, Jon Lord.
Acompanhado da Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência do maestro Rodrigo Carvalho, o aclamado ex-membro do Deep Purple abriu a 5ª Virada Cultural, anteontem, no palco da Av. São João, porém sem a costumeira pontualidade britânica. O relógio marcava 18h25 (sim, 15 minutos de atraso) quando o som, no começo embolado, começou a tomar conta do ambiente. Tinha sido dada a abertura à comemoração dos 40 anos do álbum "Concert for Group & Orchestra".
No final do primeiro movimento, "Moderato-Allegro", começaram a irromper alguns estouros das caixas sonoras, cortando trechos da música e deixando muitos presentes com a pulga atrás da orelha quanto à continuação do espetáculo. Olhares de espanto se faziam notar também no semblante dos músicos.
Para felicidade geral, as próximas duas músicas do repertório mais erudito ("Andante" e "Vivace-Presto") e as demais canções foram executadas com tranquilidade. Foi um show marcado por diversas surpresas. Algumas agradáveis, e outras nem tanto...
Quem se lembra da bateria de Lars Ülrich no penúltimo disco do Metallica, St. Anger? Bom, era o que estava parecendo o kit de Steve White, o encarregado de comandar as baquetas, que - faça-se justiça – demonstrou bastante técnica, energia e talento. Ao contrário do apático e mediano vocalista Steve Balsamo, cuja performance ficou aquém do esperado.
Para fechar a lista de pontos fracos - e começarmos a falar das coisas boas do concerto - pode-se destacar a falta de civilidade e atenção de grande parte das pessoas que olhava a apresentação próxima ao palco: altos (de sonoros mesmo) bate-papos, barulho e desrespeito. Já o público que acompanhava, atentamente, o espetáculo pelo telão, instalado a cerca de 50 metros do palco, mostrou-se um pouco mais comportado, com uma fileira de jovens, crianças e adultos sentados no chão, e outros em pé, tudo na maior harmonia.
Ao final das três composições clássicas, Lord convida Kasia Laska (ah... meu Deus!) ao palco para cantar "Wait a While", faixa lançada no álbum "Pictured Within" - que também faz parte do disco ao vivo do Purple lançado em 1999. A moça canta pra cacete, carregada de emoção! Claro que nada comparado à técnica da energética Sam Brown. Mesmo assim, fiquei hipnotizado.
Quem chamou atenção também foram os renomados baixista e guitarrista do grupo: Guy Pratt, ex-membro do Pink Floyd e atual parceiro de David Gilmour; e Chester Kamen, que já trabalhou com Rogers Waters, Paul McCartney, Bryan Ferry, entre outras estrelas...
Após o feeling de "Wait a While", tinha chegado o momento de êxtase total: o grande clássico "Pictures of Home". Resultado: a galera desgovernou na pista, e a marofa comeu solta. Ainda não chegara o fim: o setlist foi reforçado com "Soldier of Fortune" e, para encerrar, a apoteótica "Child in Time". Inefável!
Quem esteve lá, com certeza, presenciou um grande show. Com o quase septuagenário comandante Jon Lord mostrando que ainda é uma fera dos teclados, a precisão da Orquestra Sinfônica Municipal e, claro, a estonteante beleza e talento de Kasia Laska. Mulher que me fez viajar... e esquecer-me por breves mas doces momentos dos problemas cotidianos da cidade: por exemplo, o aterro a céu aberto e desorganização que viraram as ruas da 5ª Virada Cultural.
Pobre São Paulo, pobre paulista.
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