Jon Lord: o tecladista do Deep Purple na virada cultural
Resenha - Jon Lord (Avenida São João, São Paulo, 02/05/2009)
Por Pedro Zambarda de Araújo
Fonte: Bola da Foca
Postado em 11 de maio de 2009
Os quase 70 anos de idade não abateram Jon Lord diante do público diverso e agitado de São Paulo, no último dia 2, às 18h de um sábado. Era a abertura da Virada Cultural de São Paulo na Avenida São João, região central da metrópole. Acompanhado pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, tendo o maestro Rodrigo de Carvalho como regente, o especialista em órgão e teclados do Deep Purple fez uma apresentação que resgatou as raízes da banda, praticamente uma vanguarda musical no final dos anos 1960.
"Concert for Group and Orchestra", disco de 1969, foi executado na íntegra. A maioria dos presentes, até alguns fãs hardcore da banda, não estava em sintonia com a peça. Não era uma apresentação de grandes hits. Mesmo assim foi inevitável não reparar na incorporação rica de elementos do rock, como a bateria e guitarra elétrica, de maneira tão harmônica aos violinos, violoncelos e o próprio órgão Hammond B3 de Lord. A música erudita contagiava os presentes. Muitas pessoas, mesmo sem conhecer esse trabalho mais antigo, entravam em transe durante o espetáculo.
Seguiu-se um solo de bateria de Steve White, baterista com peso e velocidade absurdos. Kasia Laska, cantora da banda solo de Lord, também quebrou um pouco o clima da orquestra para cantar um dos sucessos do tecladista. "Wait a While" trouxe a atmosfera mais triste e um piano melancólico. Mesmo com toda essa apresentação especial, o show ainda estava estranho aos fãs do Purple.
Lord então começou a brincar com seu órgão, após agradecer o público, e todos começaram a entender o que viria. "Pictures of Home" rasgou com os agudos do Hammond e o vocal inspirado de Steve Balsamo, embora ele não seja versátil como Ian Guillan, do Deep Purple original. A guitarra Gibson SG de Chester Kamen dava o peso típico da banda. Nada podia estar melhor.
Veio então "Soldier Of Fortune", composta originalmente por Lord, Richie Blackmore e David Coverdale, junto com alguns problemas. A voz de Balsamo não era suficientemente flexível para as nuances da música, rica dessa maneira graças a Coverdale. Entrou Kasia Laska para ajudá-lo. O resultado? As duas vozes "brigavam" e a música saiu distante do original, apesar da vibração do público.
"Child in Time" deu uma melhor afinada nos músicos, fechando o show. Mesmo com o agudo intenso e demorado de Ian Guillan na canção original, as vozes somadas de Laska e Steve Balsamo conseguiram acompanhar a execução com maior fidelidade. Solos de guitarra inspirados de Kamen deram a "cara mais Deep Purple" da apresentação, cobrindo bem a parte de Blackmore.
No entanto, não posso terminar esse texto sem falar dos problemas que também ocorreram: as caixas de som soaram estouradas, especialmente com a distorção dos instrumentos elétricos ou os tons agudíssimos do órgão Hammond de Jon Lord. O telão que exibia o show teve problemas no final, quando "cortou" a parte de cima da tela. Por último, não custa mencionar a altura do palco, péssima para quem estava perto da grade. Muitos tiveram, realmente, que levantar o pescoço para ver pouca coisa do senhor tecladista.
Outras resenhas de Jon Lord (Avenida São João, São Paulo, 02/05/2009)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
Site americano aponta curiosa semelhança entre Sepultura e Opeth que poucos notaram
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
Metal: A escola de marketing que ninguém te contou
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
A banda dos anos 90 que Ricardo Confessori considera a melhor da história do rock nacional
Vocalista do DevilDriver manda a real para Bruce Dickinson sobre maconha em shows
Andreas Kisser chegou no fundo do poço quando não foi a Disney pois não tinha cerveja

Beatles, Led Zeppelin; Regis Tadeu explica o que é uma boyband e quem é ou não é
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Ian Gillan atualiza status do próximo álbum do Deep Purple
Adrian Smith se diz triste pela aposentadoria de David Coverdale, mas reconhece que era o momento
Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente



