Os álbuns do Pink Floyd que Nick Mason gostaria que não tivessem seu nome
Por Bruce William
Postado em 20 de maio de 2025
Nick Mason foi o único integrante do Pink Floyd presente em todos os discos da banda. Mesmo diante de tantas mudanças internas — da saída de Syd Barrett ao controle progressivo de Roger Waters —, o baterista permaneceu como uma espécie de elo contínuo. Ainda assim, nem todos os momentos da discografia o deixam satisfeito. Alguns, inclusive, ele considera terem sido erros.
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Em entrevista à Rolling Stone, Mason revelou um arrependimento inusitado: não sobre um álbum malfeito, mas por não ter aproveitado melhor um dos maiores sucessos da banda. "Devíamos ter passado mais tempo tocando 'Dark Side of the Moon' ao vivo e não nos preocupado em voltar tão cedo ao estúdio para fazer 'Wish You Were Here'", disse. Segundo ele, faltou maturar as apresentações do disco no palco e até registrar tudo em vídeo. "Na verdade, passamos muito tempo no estúdio, sem nos divertirmos, quando poderíamos ter estendido um pouco mais, feito mais shows e filmado tudo. Lamento não termos filmado a turnê do Dark Side."

Mas o maior arrependimento de Mason está mesmo em um álbum da fase pós-Roger Waters: "A Momentary Lapse of Reason", lançado em 1987. O disco, liderado por David Gilmour, teve pouca participação efetiva do baterista, que foi em grande parte substituído por baterias eletrônicas e músicos de estúdio, como Carmine Appice e Jim Keltner.
"Com o tempo, passei a me arrepender disso", contou em entrevista à revista Galore (via Far Out). "Naquele disco, muitas coisas foram tocadas por outras pessoas. Foi um erro, mas, na época, o David tinha muita coisa nas mãos." Em sua autobiografia, Inside Out, Mason foi ainda mais direto: "É um álbum muito cuidadoso, com poucos riscos. Essas coisas juntas me fazem sentir um certo distanciamento de 'A Momentary Lapse', a ponto de ele nem sempre soar como a gente."

O afastamento de Mason não começou ali. Em "The Final Cut", álbum de 1983 praticamente comandado por Roger Waters, a bateria foi reduzida a efeitos sonoros esparsos. O produtor Bob Ezrin relembrou: "Roger mexeu com a confiança de todo mundo. No caso do Rick [Wright], isso o destruiu. Com o Nick, foi uma questão de marginalização." Segundo Ezrin, Mason já não vinha praticando, e sua performance não era mais a mesma.
Ainda assim, Mason foi peça-chave no desenvolvimento do som do Pink Floyd durante os anos 1970. Sua bateria em discos como "Meddle", "Dark Side of the Moon" e "Animals" ajudou a definir a identidade da banda em seu auge criativo. Mesmo que seus momentos na década de 1980 tenham sido mais apagados, sua importância no grupo está longe de ser menor.

E apesar das falhas pontuais, Nick Mason é hoje visto não apenas como o baterista do Pink Floyd, mas como seu membro mais estável — e, talvez, o que mais guardou respeito pela história da banda, mesmo quando teve motivos para se afastar.
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