O álbum do Pink Floyd que o baterista Nick Mason considera que "enfeitou o pavão"
Por André Garcia
Postado em 01 de maio de 2022
A década de 1980 foi um período complicado na história do Pink Floyd. Embora tivesse começado aparentemente bem, com a colossal turnê de "The Wall" (1979) e o filme The Wall em 1982, a relação de Roger Waters com a banda já havia azedado. O lançamento do depressivo e decepcionante "The Final Cut" (1983) levou à saída do baixista dois anos depois, o que iniciou uma briga na justiça pela continuidade da banda.
Pink Floyd - Mais Novidades

Foi nesse cenário turbulento que os membros remanescentes produziram "A Momentary Lapse of Reason". Um álbum que, conforme publicado pela Ultimate Classic Rock, o baterista Nick Mason confessou que a banda exagerou e acabou que "enfeitou o pavão". Em entrevista para a Uncut, ele declarou:
"Não é que eu não quisesse seguir em frente, eu queria… só acho que não tanto quanto David [Gilmour]. Nosso tempo era dividido entre o estúdio e o escritório do advogado: 'Será que Roger [Waters] vai embargar [o álbum]?' A resposta era, obviamente, que ele não podia. Ele saiu da banda, e uma coisa sempre foi muito clara em todos os nossos contratos firmados: se alguém saísse, estava fora e a banda continuaria. Aquilo deu a mim e David o poder de continuar."

"Nós colocamos tudo naquele [álbum, o 'A Momentary Lapse of Reason']. Havia um sentimento de insegurança sobre como ele ficaria sem Roger, então nós acabamos meio que enfeitando o pavão com muitos músicos contratados. Há partes que foram excessivamente produzidas, tem mais do que o necessário nele."
Segundo o engenheiro de som Andy Jackson, "nós tentamos fazer algo que soasse muito como a época, o que significa, obviamente, que com o passar do tempo acabou soando datado." Ele contou que o produtor Bob Ezrin tocava para eles "uma pilha de CDs" para ilustrar "o que estava rolando" na época. "Em 86, o digital estava dominando. 'Brothers In Arms' [do Dire Straits] tinha acabado de sair com uma sonoridade muito peculiar, e era aquilo que Bob almejava."

Guy Pratt assumiu o baixo do Pink Floyd no lugar de Roger Waters e está na banda até hoje, tendo inclusive gravado a música nova, "Hey Hey Rise Up". Ele tocou tanto no "A Momentary Lapse of Reason" quanto em sua turnê, e declarou que "não achava que [o disco] realmente soasse como Pink Floyd, mas foi um ótimo trabalho. Era bem a cara de seu tempo — o Floyd estava bombasticamente apropriado aos anos 80."

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps