As músicas do Pink Floyd que David Gilmour não suporta, incluindo algumas que ele mesmo fez
Por Bruce William
Postado em 07 de agosto de 2025
Recentemente publicamos a lista de canções do Pink Floyd que David Gilmour considera atemporais, aquelas que resistiram ao teste do tempo segundo o próprio guitarrista. Mas nem tudo no catálogo da banda soa bem aos ouvidos dele. Em diferentes entrevistas, Gilmour já revelou incômodos com faixas específicas da discografia, incluindo composições próprias.
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A maior parte das críticas recai sobre trabalhos lançados em períodos de tensão interna. Um bom exemplo é "The Final Cut" (1983), disco praticamente conduzido por Roger Waters, que já havia tomado as rédeas criativas da banda após "The Wall". Embora Gilmour não tenha detonado diretamente as músicas desse álbum, ele nunca escondeu seu desinteresse pelo projeto. Em entrevistas, ele já deu a entender que se sentiu como um músico contratado apenas para cumprir funções técnicas.
O estranhamento de Gilmour com certas músicas, no entanto, não se limita à fase final da banda, relembra a Far Out. Em retrospecto, ele também rejeita parte do material experimental do começo da carreira, como "The Narrow Way", presente no disco "Ummagumma" (1969). A música foi uma das que ele gravou sozinho, num modelo em que cada integrante assinou sua própria suíte instrumental. Tempos depois, Gilmour afirmou que exagerou nos overdubs e se perdeu colando trechos soltos por falta de direção, dizendo que apenas "saiu juntando pedaços, meio no desespero."

Até mesmo faixas adoradas por fãs foram alvo de crítica. Em entrevista à Mojo em 2001, Gilmour comentou que não ficou satisfeito com o resultado final de "Echoes" no estúdio. Apesar de reconhecer o valor da faixa como peça central do Live at Pompeii e da fase mais criativa da banda, ele sentia que a capacidade do grupo para improvisar ao vivo não foi bem traduzida para a gravação. "Nós éramos muito bons em jam sessions, mas não conseguíamos levar isso para o disco", declarou.
Outra música vista com certa frieza por ele é "Have a Cigar", do álbum "Wish You Were Here" (1975). Escrita por Waters, a faixa foi oferecida a Gilmour para que fizesse os vocais principais, mas ele recusou. Segundo contou, não se sentia confortável com o teor da letra, que ironizava os bastidores da indústria musical, apesar de Gilmour negar que tenha sido esse o motivo. A recusa levou Waters a chamar Roy Harper para cantar a versão final, decisão que nem ele próprio aprovou depois.

Mesmo reconhecendo a importância das músicas no conjunto da obra, Gilmour nunca teve receio de apontar o que considera eventuais falhas, ainda que isso envolva faixas queridas pelo público ou até mesmo suas próprias criações. Ao que tudo indica, não basta ser clássico: tem que soar certo até para quem ajudou a fazer.

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