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Sparzanza: Estilo duvidoso e de sucesso injustificado

Resenha - Folie à Cinq - Sparzanza

Por Felipe Kahan Bonato
Postado em 12 de março de 2011

Nota: 5 starstarstarstarstar

Sem querer detonar, mas já detonando, "Folie à Cinq" não tem muito a ver com as influências de METALLICA, TOOL e até de THE 69 EYES como apregoou a crítica, mas talvez mais com o SLIPKNOT, banda da qual, aviso, não sou muito fã. Ao descobrir o recente trabalho de 2011 dos audaciosos suecos do SPARZANZA e essas influências, devo dizer que me decepcionei no geral mas, ao longo da audição, comecei a digerir um pouco melhor a proposta da banda, nada inovadora por sinal.

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Na abertura do disco, chamada "Temple Of The Red-Eyed Pigs", já se tem o grande contraste entre a moderna melodia, instrumentais razoavelmente simples e batidos com a agressividade desproporcional dos vocais frente a passagens mais sentimentais, por assim dizer. Na mais lenta "Alone With A Loaded Gun" o problema é transferido para as bases, enquanto o fraco refrão persiste. Na sequência, "Mr. Fish" continua com as falhas, mas já em transição para o que está por vir.

Os acertos começam em "Follow Me", que abdica de guitarras estressantes e entediantes que abusam do peso sem critério para oscilar com vocais mais lentos e polidos, produzindo uma faixa mais interessante. "Crone Of Bell" consegue deixar o peso para algumas partes dos vocais, que se mesclam bem com as partes limpas, tendência das guitarras também. Já "Phoenix Down" conserta o problema dos refrãos até então conduzidos de forma meio emotiva demais pelo cantor, mas fica abaixo de "Night Of The Demons" que segue acertando e aumenta um pouco o peso. Além disso, é melhor por não apostar nos efeitos de voz e no gutural desconexo da música citada anteriormente.

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Passada a bonança, "Eyes Wide Shut" mostra certa novidade no instrumental, mas acaba evoluindo para o clichê da banda, que evidencia em "Hell Is Mine" a tentativa de criar uma sonoridade mista entre a modernidade, o peso e a experimentação. As guitarras de riffs que costumo de chamar de segmentados são típicas do nu-metal e retornam em "Devil’s Rain", junto com o refrão melódico que se apóia em guitarras até meio inusitadas, mas não surpreendentes. Para finalizar, "The Reckoning" consegue trazer tudo de errado dos vocais e das guitarras.

Apesar dos erros que considero gritantes, o problema foi a expectativa criada acerca do álbum. A crítica deve entender que há uma grande diferença entre soar METALLICA e ter guitarras pesadas. Ao menos um bom buzz marketing (aquele do boca a boca) o SPARZANZA conseguiu gerar localmente, mas acho que devem melhorar (e muito) para ganhar o mundo como propõem através de seu site oficial. Apesar das boas ideias das faixas elogiadas, não sei o que viram de demais nessa banda, com tantas outras excelentes na Finlândia e na Suécia. Não conheço toda carreira da banda, mas parece que em seu início o estilo era diferente. Então, que me desculpem os fãs do atual SPARZANZA, pois "Folie à Cinq" é um álbum para se esquecer.

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Integrantes:
Fredrik Weileby: vocais
Magnus Eronen: guitarra
Calle Johannesson: guitarra
Johan Carlsson: baixo
Anders Åberg: bateria

Faixas:
01. Temple of the Red-eyed Pigs
02. Alone with a Loaded Gun
03. Mr Fish
04. Follow Me
05. Crone of Bell
06. Phoenix Down
07. Night of the Demons
08. Eyes Wide Shut
09. Hell Is Mine
10. Devil’s Rain
11. The Reckoning

Gravadora: Spinefarm Records

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Sobre Felipe Kahan Bonato

Felipe Kahan Bonato: Nascido em 88, há mais de 10 anos - por enquanto - escuta praticamente qualquer subgênero de rock e metal, explorando principalmente bandas mais desconhecidas. Teve contato tardio com a guitarra, seu instrumento preferido, optando então em seguir a carreira de Engenheiro de Produção e em contribuir esporadicamente com resenhas no Whiplash.
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