O lendário vocalista de rock a quem Robert Plant fez crítica pesada: "Voz seca como osso"
Por Gustavo Maiato
Postado em 04 de junho de 2025
Robert Plant é, até hoje, o exemplo clássico de como deve ser um frontman de rock: voz poderosa, presença magnética e uma sensualidade que parecia escorrer dos alto-falantes. Mas nem sempre foi assim. Quando começou, o vocalista do Led Zeppelin sentia que algo essencial faltava nos ídolos do rock das décadas anteriores — o que ele chamava, sem rodeios, de "sex appeal".
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"Você ouve aquilo e sente que está faltando algo", disse Plant em uma entrevista resgatada pela Far Out. "A voz do Bill Haley era seca como um osso. Ele não tinha sexo." A crítica não vinha de desprezo, mas da percepção de que o rock and roll precisava de mais do que apenas ritmo: precisava de tensão, desejo e presença.
Plant cresceu influenciado pelo blues, e não escondia sua admiração por nomes como Muddy Waters e Howlin’ Wolf. Ainda nos tempos de The Band of Joy, ele já flertava com essas referências, que mais tarde seriam lapidadas na parceria com o guitarrista Jimmy Page.

Enquanto Elvis Presley fazia as plateias delirarem com "Heartbreak Hotel", artistas como Bill Haley ainda pareciam presos a uma entrega mais contida. Para Plant, havia técnica, mas faltava alma. "Você precisava daquela camada de eco, de reverberação, que fazia a voz parar tudo ao redor e capturar a atenção. E isso ele não tinha."
A crítica de Robert Plant a Bill Haley
A crítica de Plant tem mais a ver com interpretação do que com talento. O vocalista via na sensualidade uma ferramenta artística, quase um elemento essencial do rock. "O ‘sexo’ no ‘sexo, drogas e rock and roll’ não está lá à toa", dizia. Para ele, um grande vocal precisava carregar tensão emocional — e, acima de tudo, despertar desejo.

Se Bill Haley não o impressionava, Plant encontrou esse impacto em Presley. "Com o Elvis, era diferente. Era como ser atingido por um espírito musical. Aquela voz vinha de algum lugar que você não conseguia ver. Era poder puro."
"Todo mundo tem uma boa voz, mas nem todo mundo tem aquele algo a mais", dizia. Para Plant, esse "algo a mais" era exatamente o que faltava ao rock do começo — e o que ele fez questão de colocar no centro de tudo o que cantou.

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