O álbum "anti-metal" do Metallica feito de propósito para soar assim
Por Bruce William
Postado em 05 de junho de 2025
Ao longo da carreira, o Metallica sempre se orgulhou de soar tão pesado quanto o próprio nome sugere. Mesmo nos momentos mais acessíveis, as guitarras afiadas de James Hetfield e a energia crua da banda garantiam sua identidade. Mas toda banda que dura tempo o bastante acaba sentindo a necessidade de sair da zona de conforto — e com o Metallica não foi diferente.
A mudança começou ainda nos tempos de "Black Album", quando Bob Rock entrou como produtor e ajudou a banda a simplificar o som, abandonando as estruturas complexas de "...And Justice for All". A aposta deu certo comercialmente, mas os fãs mais fiéis estranharam. E a insatisfação aumentou com "Load", "Reload" e a colaboração com orquestra em S&M, que deixavam o metal de lado em nome de experimentações mais alternativas.

O ponto de ruptura veio com "St. Anger", de 2003. Jason Newsted já havia saído da banda, frustrado com a direção criativa e a dinâmica interna. Hetfield entrou em reabilitação pouco depois, e quando voltou, a banda estava fragilizada, tentando entender como seguir em frente. O disco nasceu dessa crise — e isso se reflete em cada faixa, com músicas longas, letras confusas e uma sonoridade propositalmente suja e desconfortável.
Segundo Bob Rock, a proposta era exatamente essa: "Quis fazer um álbum anti-metal em formato de metal. Por isso soa meio de garagem! É sobre riffs, é sobre tocar", disse ao Ear of Newt A ideia era desafiar o que o próprio Metallica tinha ajudado a definir como padrão do gênero — mas, no processo, afastaram grande parte dos fãs, lembra a Far Out. O som da caixa de bateria de Lars Ulrich, com a esteira solta, virou piada entre os ouvintes. E faixas como "Purify" soam como se a banda estivesse à beira de desmoronar.
Mesmo com tantas críticas, "St. Anger" talvez mereça mais respeito do que adoração. O disco não foi feito para agradar, mas para existir — um registro de uma banda em colapso tentando continuar fazendo música. Não é o melhor trabalho do Metallica, mas é um dos mais brutais em termos de honestidade.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
A "melhor banda de rock'n'roll em disco", segundo Bono, do U2
A banda que ajudou o Metallica a não acabar após "St. Anger, segundo Lars Ulrich
As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
Jinjer, In Flames e Killswitch Engage confirmados no Bangers Open Air, afirma jornalista
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
A curiosa visão que Steve Vai tinha do heavy metal nos anos oitenta
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
A caótica origem do Mastodon, uma das bandas mais importantes do metal contemporâneo
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Filho de Steve Harris é forçado a parar de tocar devido a problema de saúde
Kirk Hammett diz se impressionar com guitarristas jovens do YouTube: "Alguns são incríveis…"
O pior disco de cada banda do Big Four do thrash, segundo Mateus Ribeiro
Por que versão do Megadeth para "Ride the Lightning" não é um cover, de acordo com Dave Mustaine
Kerry King coloca uma pá de cal no assunto e define quem é melhor, Metallica ou Megadeth
Raven grava versão de "Metal Militia", do Metallica
A pior faixa do controverso "St. Anger", segundo o Heavy Consequence
30 clássicos do rock lançados no século XX que superaram 1 bilhão de plays no Spotify
Metallica x Megadeth: Kerry King escolhe sua favorita e explica o motivo
James Hetfield explica porque Metallica deixou o thrash metal com o "Black Album"
Os dois bateristas mais subestimados da história do rock, na opinião de Lars Ulrich


