A banda de metal anos 80 que "reinventou a forma de se tocar guitarra", segundo Rick Rubin
Por André Garcia
Postado em 04 de junho de 2025
Quando o assunto é thrash metal — variação do metal clássico ainda mais pesado, e acelerado pela fúria e velocidade do punk rock — muito se fala em Metallica e Megadeth. Ambos foram em seus primeiros anos importantíssimos para o gênero, mas eventualmente depois se afastaram dele.
Já o Slayer jamais arredou o pé do thrash. Quer fosse nos tempos de vacas magras ou nos dias de fartura, eles se recusavam a buscar as tendências, a se modernizarem, a se adaptarem ao meio. Sem concessões! Nesse quesito, eles seguiram os passos de Lemmy Kilmister no Motörhead.


Sem velocidade, peso, vísceras e blasfêmias Slayer não seria Slayer, seria outra coisa.
À revista Revolver o lendário produtor Rick Rubin, que trabalhou com a banda em quase toda sua discografia, declarou que ela reinventou a guitarra no contexto no metal.
"Tem duas coisas que acho as mais fascinantes no Slayer: diferentemente de qualquer outra banda de speed metal que me venha à mente, a música do Slayer é grooveada. Os ritmos deles têm algo que é quase funkeado. Ritmicamente, a música deles está mais para o Led Zeppelin e AC/DC do que para o Iron Maiden; o que é contraintuitivo, já que não há qualquer referência direta ao blues nas composições. A outra coisa é o caráter vanguardista e atonal dos solos de guitarra. O Slayer reinventou a forma de tocar guitarra!"

Ainda na mesma entrevista, ele relembrou como foi a primeira vez que viu o Slayer ao vivo.
"Fui convidado para um show de metal no The Ritz em Nova York, em meados dos anos 80. Eu não conhecia nenhuma das bandas. O Slayer fechou o show. Foi uma das noites mais memoráveis da minha vida. Eu não podia acreditar que uma banda tão jovem e tão nova fosse tão confiante. O teatro comportava cerca de 2.500 pessoas — as maiores das bandas ou ainda não tinham chegado a tocar em estádios, ou [até há tinham tocado, mas] não conseguiam mais lotar estádios. O Slayer estava impecável! Eles dominaram o ambiente, o show e a plateia. Foi de tirar o fôlego."
O produtor relembrou ainda o dia que "quase morreu" em meio a um caótico show do Slayer.

"Foi em um show do Slayer no L'Amours, em Brooklyn — uma antiga discoteca que se tornou point do metal em Nova York. O metal nunca fez cena em Manhattan, sempre prosperou na periferia. Eu estava atrás da mesa de som no chão, atrás da plateia e encostado na parede do fundo, abaixo do mezanino. A banda começou a tocar a música de abertura e o público ficou tão enlouquecido, se movendo em todas as direções, que a pesada mesa de som dos anos 70 foi empurrada para trás e para cima: o técnico de som e eu ficamos presos contra a parede, com os botões da mesa pressionando os lados de nossos rostos. Ficamos encurralados e sufocados."
Ser produtor do Slayer é um trabalho que deveria pagar um adicional pelo risco de vida!

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