O hit dos Beatles que John Lennon achava uma porcaria: "Paul destruía minhas músicas"
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de junho de 2025
Mesmo considerada uma das faixas mais emblemáticas da discografia dos Beatles, inclusive ganhando covers importantes, "Across the Universe" foi definida por John Lennon como "uma merda". A declaração aparece em entrevistas posteriores à separação da banda, quando o músico passou a revisar criticamente o próprio legado. Para ele, a música era boa — mas a gravação feita pelo grupo, não.
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Escrita durante uma noite de insônia após uma discussão com sua então esposa, Cynthia Lennon, a canção surgiu de forma quase involuntária. "As palavras ficavam vindo, como um fluxo sem fim. Eu desci e escrevi tudo, meio irritado", contou. A letra, marcada pelo verso "Jai Guru Deva Om", carrega influência da meditação e da filosofia oriental, temas que ocupavam a mente de Lennon naquele período. As entreviwstas foram resgatadas pela Far Out.
Apesar da inspiração, a sessão de gravação foi conturbada. Lennon reclamou da falta de empenho dos colegas e criticou duramente a inclusão de duas fãs do grupo — as chamadas Apple Scruffs — nos vocais de apoio. "A faixa original foi uma merda. Eu estava desafinado, e em vez de chamarem um coral decente, trouxeram fãs que cantaram tudo fora do tom", afirmou.
O incômodo de Lennon ia além da produção. Ele via uma sabotagem sutil por parte de Paul McCartney, especialmente com suas composições mais pessoais. "Acho que o Paul, às vezes, tentava destruir minhas grandes músicas... tipo Strawberry Fields, que também acho que foi mal gravada", criticou.
Ainda assim, Lennon reconhecia o valor da composição. Em 1971, disse que "Across the Universe" era uma de suas melhores letras. "Talvez seja a melhor que escrevi. É poesia de verdade. Funciona até sem melodia, como um poema", refletiu.
Essa ambivalência — entre a admiração pela própria criação e o desprezo pela execução coletiva — revelava não só as tensões internas dos Beatles, mas também o esgotamento criativo que culminaria no fim da banda em 1970. Ironicamente, ao buscar liberdade artística, Lennon encontrou na insatisfação o impulso que o levou a se reinventar.
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