O disco que Axl Rose levaria para uma ilha deserta (na esperança de ser resgatado)
Por Bruce William
Postado em 05 de junho de 2025
Escolher um único disco favorito já é difícil para qualquer fã de música. Para um artista como Axl Rose, cujas influências vão do punk mais sujo ao hard rock grandioso, isso parece ainda mais difícil. Mesmo assim, ele já revelou quais dois álbuns não abre mão de ter por perto, ainda mais se estiver diante de um cenário extremo, como ficar preso em uma ilha deserta. "Talvez eu levasse o dos Pistols, porque quem sabe um barco me ouvisse se eu tocasse", disse em uma entrevista resgatada pela Far Out, meio em tom de brincadeira, meio sério.
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Axl se referia ao clássico "Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols", lançado pela banda britânica em 1977. Com ele, os Pistols deixaram sua marca como símbolo máximo do punk britânico, com guitarras secas, letras provocadoras e uma postura frontal contra os excessos da indústria musical. Steve Jones não era um guitarrista técnico, mas seu som direto e agressivo influenciou toda uma geração, e esse impacto chega até os riffs do Guns N’ Roses, especialmente nos momentos mais crus e furiosos do grupo.

Mas Axl não citou apenas o punk britânico. Segundo ele, os dois discos que sempre compra, quando encontra versões em fita cassete e está sem os próprios exemplares, são esse dos Pistols e Queen II. A escolha revela uma dualidade que está presente em boa parte de sua obra: de um lado, a urgência explosiva do punk; do outro, os arranjos teatrais, as harmonias complexas e a ambição épica do Queen. Um contraste que define bem o som do Guns em sua fase mais criativa.
Essa combinação aparece com força em músicas como "Breakdown" e "November Rain", onde Axl alterna momentos de grito e raiva com trechos ao piano e vocais quase operísticos. Mesmo nos excessos do conturbado "Chinese Democracy", é possível sentir traços dessa fusão entre sujeira e grandiosidade. A escolha desses dois álbuns como seus preferidos não parece casual: eles representam, cada um à sua maneira, os extremos entre os quais Axl sempre transitou.

No fim das contas, pode até ser que "Never Mind the Bollocks" realmente funcione como sinal de socorro em alto-mar — afinal, "Anarchy in the U.K." e "Pretty Vacant" provavelmente chamariam atenção de qualquer tripulação que passasse por perto. Mas o que importa mesmo é o simbolismo da escolha: o disco que ele levaria para uma ilha deserta ajudou a moldar o espírito rebelde de "Welcome to the Jungle" e tudo o que veio depois.

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