Pesado como nunca, Body Count vai da violência aos temas políticos/sociais em "Merciless"
Resenha - Merciless - Body Count
Por Mário Pescada
Postado em 03 de junho de 2025
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Depois de "Carnivore" (2020), disco que deu ao grupo seu segundo Grammy na categoria "Melhor Performance de Metal" pela faixa "Bum-Rush", Ice-T e sua trupe chegam ao oitavo e mais pesado disco de sua carreira: "Merciless" (2024), disponível no Brasil pela Shinigami Records sob licença da Century Media Records.

Pelos quatro singles lançados antes do disco sair já dava para ter uma boa noção do que viria pela frente: peso, raiva e letras sobre violência extrema e política/sociedade, marca registrada de Ice-T.
Apesar da temática sangrenta da capa do disco, apenas as quatro primeiras faixas trazem letras sobre tortura, brutalidade, assassinatos e afins. Da sessão bruta do disco, destaque para "The Purge", uma paulada que contou os guturais vocais de George "Corpsegrinder" Fisher (Cannibal Corpse), foi inspirada no filme homônimo de 2013 lançado no Brasil como "Uma Noite De Crime" e "Psychopath", com Joe Bad (Fit For An Autopsy) tem uma pegada mais para o hardcore/thrash metal.
Da quinta faixa em diante temos então a sessão política/social. "Fuck What You Heard" aborda a divisão política entre Republicanos e Democratas nos EUA criada para tirar o foco dos problemas reais do país ("Divide and conquer, that's the key to the game / Keep us fightin' each other while they rob the train"). "Live Forever", que contou com bom vocais de Howard Jones (ex- Devil You Know, ex- Killswitch Engage), fala sobre resiliência e luta.
E o que dizer da arrasadora versão de "Comfortably Numb"? Sim, aquela clássica música do Pink Floyd que teve a honra de contar com o próprio David Gilmour fazendo solos maravilhosos por seis minutos, com letra alterada, mas sem deixar de falar da nossa passividade com o sofrimento de tantos e dos problemas de sempre (Too much religious beef, too much racist shit / And if there is a God we probably make him Sick). Muitos acharam uma ousadia da banda modificar um clássico desse, mas ficou uma versão arrepiante do mesmo quilate do que foi feito em "Hey Joe", do mestre Jimi Hendrix e "Raining In Blood/Postmortem", do Slayer. Sorte do Body Count poder contar com um baita guitarrista como Ernie C para dar conta de reproduzir tais solos ao vivo.
Destaques finais para "Drug Lords", que conta com a última participação especial do disco, Max Cavalera (Soufly), abrindo a faixa com "Se ficar o bicho pega / Se correr o bicho come" e a rap/metal "Mic Contract", difícil até de acompanhar pela velocidade que Ice-T vai rimando.
Apoiado por uma boa banda, incluindo aí seu filho Little Ice nos vocais e o talentosíssimo Ernie C na guitarra (que infelizmente apareceu pouco dessa vez com seus bons solos), aos 67 anos, Ice-T mostra que o Body Count continua sendo um grupo que vale a pena seguir, apesar de alguns ainda lutarem contra isso. Se você gosta de som pesado, coeso e direto ao ponto, não importando se tem mais afinidade com crossover, thrash metal, groove metal, hardcore e claro, rap, os 41 minutos de "Merciless" (2024) são suficientes para agradar.
A versão nacional de "Merciless" (2024) foi lançada em CD slipcase de três painéis. O encarte tem muitas fotos coloridas e reproduz todas as letras afiadas do grupo.
Formação:
Ice-T: vocais
Ernie C: guitarra
Sean E Sean: samplers, backing vocals
Vincent Price: baixo, sintetizadores
Will "Ill Will" Dorsey: bateria
Juan "Juan Of The Dead" Garcia: guitarra
Little Ice: vocais de apoio
Faixas:
01 Interrogation Interlude (intro)
02 Merciless
03 The Purge feat. George "Corpsegrinder" Fisher
04 Psychopath feat. Joe Bad
05 Fuck What You Heard
06 Live Forever feat. Howard Jones
07 Do Or Die
08 Comfortably Numb (Pink Floyd cover) feat. David Gilmour
09 Lying Motherfucka
10 Drug Lords feat. Max Cavalera
11 World War
12 Mic Contract
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
As 50 melhores músicas de 2025 segundo a Metal Hammer
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
O artista da nova geração que faz Rob Halford se lembrar de Ozzy Osbourne
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
O megahit do Iron Maiden que não representa o som da banda, segundo Steve Harris
"O futebol é como uma religião", diz Billie Joe Armstrong, vocalista do Green Day
Spin: os 40 melhores nomes de bandas de todos os tempos





