A diferença das entradas de Eloy Casagrande no Slipknot e de Kiko Loureiro no Megadeth
Por Gustavo Maiato
Postado em 13 de maio de 2024
Em 2015, o guitarrista carioca Kiko Loureiro, que estava no Angra, entrou para o Megadeth. A notícia pegou todo metaleiro brasileiro de surpresa e sem dúvidas o feito virou motivo de orgulho para toda uma nação. Já em 2024, fenômeno semelhante aconteceu quando Eloy Casagrande, que integrava o Sepultura, assumiu as baquetas do Slipknot.
Os dois possuem ingredientes semelhantes: um brasileiro que se esforçou e se tornou referência no instrumento aqui no Brasil; uma banda de enorme projeção nos EUA que vira a nova casa desse músico.
Se as semelhanças mostram que o Brasil é celeiro de craques, as diferenças podem esconder alguns fatos interessantes sobre o país e como muita coisa mudou nos quase dez anos de diferença entre as duas notícias.
Em primeiro lugar, Kiko já tinha 43 anos quando recebeu o convite de Dave Mustaine para se juntar ao Megadeth. Não que estivesse no fim de carreira, mas também não era mais um jovem. No caso de Eloy, o recrutamento acontece quando ele ainda tem 33 anos – dez a menos do que Loureiro.
Isso mostra que o brasileiro está ainda mais em alta no exterior e as bandas estão recorrendo a nossos músicos mesmo ainda muito jovens. É claro que Eloy começou a tocar muito jovem, mas é notável o fato de ele ter sido chamado para o Slipknot tão novo.
Outra diferença é que a ideia de Kiko ir para o Megadeth surgiu de Mustaine e também do baixista David Ellefson. Foram eles que abordaram o guitarrista do Angra, solicitaram vídeos e contaram sobre a proposta. No caso de Eloy, foi o próprio baterista que tomou iniciativa e resolveu contatar os caras e enviar vídeos mostrando que sabia tocar e estava disponível.
Essa pró-atividade de Casagrande mostra que ao longo dos últimos anos o brasileiro parece ter deixado de lado um pouco o complexo de vira-latas e apostado mais na grossura de seu calibre para tentar voos mais altos. Por que não?
Eloy Casagrande no Slipknot
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