Eloy Casagrande explica porque sua máscara no Slipknot possui um furo de bala na testa
Por Bruce William
Postado em 20 de maio de 2024
Em entrevista a Tomás Novaes, da Veja São Paulo, Eloy explicou que a máscara faz parte do conceito da banda, e ela é necessária para a composição do músico como um personagem em si: "A primeira grande mudança, ao usar uma máscara, é mental. É uma outra persona que está ali. A máscara tem vida. Se alguma outra pessoa colocar ela, não vai ser a mesma coisa. Criei ela juntamente com o Shawn, fomos elaborando o design juntos, então é uma junção do Slipknot com a minha personalidade. Só que, quando você veste a máscara, acontece algo diferente. Não sei explicar ainda".
Eloy conta ainda que, ao contrário do que possa parecer - ao menos para ele - a máscara não atrapalha tanto quanto pode parecer: "E a questão física de tocar é tranquila, eu pensei que seria pior. É claro que ela esquenta, porque é cheia de espuma, então fico muito suado. Mas tem um espaço bom para respirar. Antes da primeira apresentação, eu já estava ensaiando com uma máscara feita para atletas, que simula altitude. Ela tem várias válvulas, e tampa o nariz e a boca, restringindo a respiração. Isso me ajudou a tocar mais tranquilo".
E em outra entrevista, desta vez para o UOL, Eloy conta mais detalhes sobre o processo de criação da máscara: "A ideia do tiro foi minha, no final foi o seguinte: estava com uns desenhos aqui na parte dos olhos, na linha interior aos olhos", conta o baterista, apontando e mostrando no rosto onde ficavam os tais desenhos. "E a máscara estava um pouco descompensada. O volume dela estava tudo pra baixo e não tinha nada pra cima".
Então sugeriram que ele colocasse um círculo na testa. "Falei: 'Cara, um círculo? Bota logo um tiro de bala na minha testa!'". Disseram: "Nossa, mas tudo bem pra você?". Eloy disse que sim, e começou a trazer umas questões filosóficas: "Eu li bastante um filósofo, que é o Albert Camus, do absurdismo, do niilismo também, da negação, de você ter um tiro, é assim como se fosse um grande... 'cara, eu tô com um tiro na minha testa, eu já tô morto, nada mais pode me afetar. Você pode falar bem de mim, você pode falar mal de mim'. Porque eu acho que o músico, o artista, nunca pode depender tanto da aprovação do público. A gente faz música porque a gente gosta, porque a gente quer fazer música", finaliza.
Eloy Casagrande no Slipknot
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