Sammy Hagar: vocalista se explica após dizer que morreria de Covid pela economia
Por Igor Miranda
Postado em 25 de junho de 2020
O vocalista Sammy Hagar, ex-Van Halen, recorreu às redes sociais para explicar uma declaração polêmica à revista Rolling Stone. O site da publicação divulgou uma matéria, nesta semana, com relatos de vários rockstars veteranos sobre a pandemia. Hagar, na ocasião, disse que prefere "adoecer e até morrer se for necessário" para "salvar o mundo dessa coisa econômica que vai matar mais pessoas" que a Covid-19.
Como era de se esperar, a fala de Sammy Hagar pegou mal. Por isso, o cantor divulgou uma nota nas redes sociais em que busca contextualizar o que havia dito.
"No início da semana, a Rolling Stone publicou uma compilação de suas entrevistas de quarentena. Dei uma entrevista a eles há um mês e meio e as coisas mudam rapidamente, então, quero esclarecer e contextualizar. A entrevista foi dada em 8 de maio, quando já estávamos em casa há várias semanas, algo que minha família e eu levamos muito a sério, e as coisas estavam começando a melhorar, a curva começando a se achatar", disse, inicialmente.
O cantor explicou que, diante disso, foi perguntado se ele ficaria confortável em fazer um show antes de ter uma vacina disponível. "Eu fiquei cautelosamente otimista e disse: 'sim, não tão cedo, quero ter certeza de que não está aumentando - quando estiver caindo e parecendo que vai acabar'. Em termos gerais, trata-se de voltar a trabalhar de uma forma segura e responsável, fazendo a economia girar novamente", afirmou.
Hagar destacou que busca fazer a parte dele, já que emprega 200 pessoas diretamente, além de outras de forma indireta nas turnês. "Como tudo hoje, é uma questão de parar e ver o que vai acontecer nos próximos meses. Porém, nos mantemos cautelosamente otimistas que, com as melhorias e as medidas de segurança corretas, poderemos fazer shows neste ano. Dito isso, à medida em que as coisas mudarem, para melhor ou pior, vamos ajustar nossos planos adequadamente", concluiu.
A entrevista de Sammy Hagar
À Rolling Stone, Sammy Hagar declarou que não se importaria em voltar a fazer shows antes de existir uma vacina para o coronavírus "caso a pandemia esteja em queda e parecer que está acabando". Em seguida, disse que ficaria doente e até morreria em prol da economia.
"Farei uma declaração radical. É difícil dizer isso sem incitar alguém, mas eu pessoalmente prefiro adoecer e até morrer, se for necessário. Precisamos salvar o mundo e nosso país dessa coisa econômica que vai matar mais pessoas em longo prazo", afirmou, sem citar qualquer projeção ou estudo que confirme essa hipótese. Em 6 meses, a Covid-19 matou mais de 475 mil pessoas - e o número pode ser maior, tendo em vista a subnotificação.
O ex-frontman do Van Halen, que tem 72 anos e, consequentemente, faz parte do grupo de risco da doença, pontuou: "Prefiro ver todo mundo voltando ao trabalho. Se alguns de nós tiverem que se sacrificar por isso ok. Morro para que meus filhos e netos tenham uma vida próxima da que eu tive nesse país maravilhoso. É como me sinto com relação a isso".
Por fim, Sammy Hagar concluiu: "Não vou sair por aí espalhando a doença, mas pode haver um momento em que tenhamos que fazer sacrifícios. Quer dizer... quantas pessoas morrem na Terra todos os dias? Não tenho ideia. Lamento em dizer isso, mas todos vamos morrer, cara".
Nesta mesma entrevista, mas em trechos publicados no mês de maio, Hagar comparou Covid-19 a uma gripe e reforçou que voltaria a fazer shows antes de ter uma vacina. O cantor está com seu novo projeto The Circle, que, inclusive, tinha apresentações marcadas no Brasil que acabaram canceladas.
"Se as coisas se acalmarem e parecer tudo ok, não ligaria em tocar em anfiteatros ao ar livre. Já falei com produtores: 'E se colocarmos esterilização por todo o espaço? Desinfetantes para as mãos também. E distribuir máscaras faciais'. É para quando tudo voltar a funcionar e quando os casos pararem de crescer. Venderíamos 10 mil ingressos de 19 mil. É uma gripe, a menos que tenha algo que eu não saiba. É como um resfriado ou uma pneumonia. Alguém sempre está pegando", disse.
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