O principal defeito do Pink Floyd, de acordo com Ian Anderson, do Jethro Tull
Por Bruce William
Postado em 10 de abril de 2025
Em 1967, dois discos mudaram a rota da música para sempre. Um deles foi "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles. O outro, "The Piper at the Gates of Dawn", marcou a estreia do Pink Floyd e teve um impacto ainda mais profundo sobre Ian Anderson, vocalista e flautista do Jethro Tull.
"Para mim, o disco do Pink Floyd tinha mais significado", contou Anderson em entrevista de 2020. "Os Beatles eram uma banda pop - eu achei as coisas deles meio forçadas, meio certinhas. Eu prefiro o elemento cantor/compositor do Pink Floyd. As músicas do Syd Barrett eram esquisitas e engraçadas, que perfeitamente complementavam o radical e viajante instrumental da banda."


Apesar da admiração pela proposta sonora do grupo, Ian Anderson não saiu tão impressionado quando viu o Pink Floyd ao vivo nos primeiros anos. "Pink Floyd era psicodélico, pré-prog, e a gente era recebido com um silêncio absoluto, do tipo que o público só olhava hipnotizado antes de sair para o bar", recordou. "Eu tentei conversar com o Syd Barrett, porque conhecia o Pink Floyd de alguns singles e, claro, do 'Piper at the Gates of Dawn', que tínhamos acabado de comprar."

Curiosamente, ao mesmo tempo que deixou clara sua decepção com a performance ao vivo do grupo, Anderson não foi desrespeitoso. Pelo contrário: "Eu não diria que eram particularmente bons ao vivo, mas havia uma certa mágica acontecendo, com certeza" disse, em fala resgatada pela Far Out.
Em outras entrevistas, Anderson também destacou o quanto aprendeu com bandas como o Led Zeppelin, especialmente ao vê-las ao vivo. Segundo ele, o Zeppelin mostrou à sua geração que era possível unir rock direto e elementos de folk, música asiática e africana num mesmo repertório, e fazer isso de forma coesa e poderosa. Com o Pink Floyd, no entanto, essa lição não aconteceu do mesmo jeito.

A crítica de Anderson ao Floyd, portanto, não nega a genialidade das composições - especialmente as de Syd Barrett - mas aponta uma limitação que, para ele, se tornava evidente no palco. Mesmo com "alguma mágica" perceptível, parecia para ele que o show não empolgava o público, que reagia com apatia. E para quem, como Anderson, fez da performance ao vivo uma marca registrada do Jethro Tull, isso fazia toda a diferença.

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