A música que Eddie Van Halen achava "impossível" de tocar; "Juro que tentei muito"
Por Bruce William
Postado em 18 de agosto de 2025
No fim dos anos 1970, o Van Halen surgiu em meio a uma encruzilhada curiosa. O punk estava em alta, o disco dominava as paradas e qualquer banda que insistisse em tocar rock clássico era vista quase como uma peça de museu. Ainda assim, Eddie Van Halen nunca cogitou outra coisa além do rock. Para ele, a guitarra era um passaporte para criar algo novo, mesmo que o ambiente ao redor não fosse exatamente favorável.
Van Halen - Mais Novidades
Sua ligação com a música vinha de berço. O pai, Jan Van Halen, era músico profissional e levou os filhos desde cedo para esse universo. Eddie e Alex respiravam melodias e improvisos, mas o que Eddie começaria a fazer na guitarra ia muito além do que se ouvia em casa ou no rádio. A cada lick, efeito de fase ou tapping inventado, parecia que sua Fender caseira trazia sons vindos de outro planeta.

Ainda assim, antes da consagração, houve um período de provação. Como toda banda em início de carreira, o Van Halen percorreu o circuito de bares e festas em Los Angeles tocando covers para sobreviver. Só que havia um detalhe incômodo: em plena era da disco music, era comum que o público pedisse sucessos do momento. E aí estava o problema: Eddie simplesmente não conseguia reproduzir aquilo.
O guitarrista recordava a situação com franqueza e humor, em vídeo com transcrição da Far Out: "Fomos contratados no meio da onda punk e disco. Riam da gente: 'esses caras ainda tocam rock'n'roll'. Tínhamos que tocar 'Get Down Tonight', do KC and the Sunshine Band. Quando a gente fazia, parecia Black Sabbath! Era impossível para mim emular esses discos. Juro que tentei muito, mas não dava."

Na época, parecia uma limitação. Hoje, soa como destino. Porque justamente essa incapacidade de soar como os outros acabou obrigando Eddie a encontrar sua própria linguagem. Enquanto muitas bandas cover se esforçavam para ser cópias fiéis, o Van Halen se transformava em algo distinto: pesado, vibrante, cheio de energia.
Essa diferença ficou clara quando eles lançaram o primeiro álbum. O público que pedia KC & The Sunshine Band recebeu, em vez disso, a explosão de "Eruption" seguida da releitura de "You Really Got Me". Aquelas notas inauguraram uma era: Eddie transformava limitações em estilo, dificuldades em assinatura. Ele mesmo reconheceria depois: não conseguir soar como os discos da moda foi uma bênção disfarçada. Porque, no fim, só restava a ele soar como Eddie Van Halen, algo que ninguém mais no mundo seria capaz de replicar.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps