"One", a música sombria e épica que demonstra a genialidade do Metallica
Por Mateus Ribeiro
Postado em 19 de agosto de 2025
Na ativa desde o início da década de 1980, o Metallica é um dos nomes mais respeitados e influentes da indústria musical. Pioneiro do thrash metal, o grupo possui um catálogo respeitável, composto por obras que se tornaram clássicos absolutos da música pesada.
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Entre as canções mais célebres da banda, destaca-se "One", faixa presente em "...And Justice for All (1988)", quarto álbum de estúdio do grupo. Este trabalho marcou a estreia do baixista Jason Newsted, que assumiu a difícil missão de suceder Cliff Burton, falecido em setembro de 1986.

Do início ao fim, "One" demonstra por que o Metallica ocupa um lugar tão importante na história do heavy metal. Com mais de sete minutos de duração, a música combina peso, melodia e sentimentos que transitam da confusão mental ao desespero, passando por uma tristeza intensa.
A canção impressiona já nos primeiros segundos, evocando o clima devastador de uma guerra, tema central da letra. Em seguida, surge um riff marcante, inspirado pelo Venom, conforme explicou o vocalista e guitarrista James Hetfield à Guitar World.

"Eu estava mexendo com essa modulação que vai de Lá para Sol [notas musicais] por um bom tempo. A ideia para a introdução veio de uma música do Venom chamada ‘Buried Alive’."
Quase dois minutos depois da tocante introdução, James começa a cantar "One". A letra da música conta a triste história de um soldado que vai para a Primeira Guerra Mundial e perde não apenas seus membros, mas também a visão, a audição e a fala. Desesperado, o personagem central da música clama a Deus por sua morte, o que seria um grande alívio, dadas as suas condições.
A situação deprimente vivida pelo protagonista de "One" é retratada no clipe da faixa, o primeiro gravado pelo Metallica. O vídeo, que pode ser conferido a seguir, traz cenas do filme "Johnny Got His Gun" (1971).

Na segunda parte da música, o aspecto instrumental se destaca com guitarras e bateria travando um verdadeiro "duelo". O bumbo duplo de Lars Ulrich, aliado aos riffs de James Hetfield e Kirk Hammett, intensifica o clima caótico da composição. Segundo Hetfield, a sonoridade próxima a uma arma de fogo é pura coincidência.
"A parte da bateria que soa como uma metralhadora perto do final não foi escrita com as letras de guerra em mente, simplesmente saiu assim."

Os solos de guitarra de "One" também merecem atenção. Kirk Hammett revelou à Guitar World que a gravação desses trechos foi desafiadora.
"Perdi muito sono por causa daqueles solos de guitarra! O solo principal no final, com a mão direita, no estilo Eddie Van Halen, surgiu quase imediatamente. Aquele solo foi muito fácil; o que estava acontecendo com a seção rítmica naquela parte da música era muito, muito empolgante para eu fazer o solo.
O primeiro solo foi um pouco mais trabalhoso. Ouvi o James tocando algumas coisas bem melódicas na introdução, e pensei: ‘Isso é muito legal, vou usar parte disso’. Então, tenho que dar crédito ao James por me empurrar subliminarmente nessa direção melódica."

"One" é um dos grandes clássicos do Metallica e a quinta música mais executada ao vivo pela banda, com mais de 1.600 apresentações (via Setlist.Fm). Clique no player abaixo e confira uma das performances dessa obra-prima sombria e épica, que evidencia a genialidade do quarteto fundado por James Hetfield e Lars Ulrich.

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