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Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de agosto de 2025
Nem sempre as maiores bandas da história nasceram de planejamentos grandiosos. Muitas vezes, o estalo acontece por acidente, por um chute no traseiro na hora errada. Foi exatamente o caso de Neal Schon, guitarrista que entrou muito jovem no Santana e acabou saindo por "ousar demais".
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Em uma live recuperada pelo canal CrimsonCortes, o crítico musical Régis Tadeu lembrou a história: "O Neal Schon foi mandado embora da banda do Santana porque chegou cheio de ideia. Falou ‘vamos mudar o som aqui, não sei o quê’. Aí o Carlos Santana olhou e disse: ‘Amigo, você tem 19 anos e quer mudar o meu som? Tchau, tchau’."
Na verdade, Schon tinha entrado ainda mais cedo: aos 15 anos, segundo o site Ultimate Santana. Ele chegou a ser convidado para se mudar para Londres e tocar com Eric Clapton, mas preferiu a segurança de um grupo da Bay Area. Assim, se juntou ao Santana em 1970, participando dos álbuns "Santana III", "Caravanserai" e "Santana & Buddy Miles Live".
Carlos Santana, Journey e Neal Schon
Apesar da pouca idade, Schon mostrou lampejos do guitarrista lendário que viria a ser. A convivência com Carlos Santana e Gregg Rolie foi uma verdadeira escola de melodia e improviso. Mas seu papel dentro da banda ainda era secundário — e, com sua inquietação criativa, os atritos foram inevitáveis.
A demissão acabou sendo um ponto de virada. Pouco tempo depois, Schon e Rolie fundaram o Journey, banda que redefiniu o rock de arena dos anos 70 e 80 com sucessos como "Don’t Stop Believin’" e "Open Arms". O "garoto atrevido" que Santana dispensou virou peça-chave de um dos maiores fenômenos da música mundial.
Ou seja: o jovem que "fedia a leite", mas já queria mudar tudo, acabou criando uma banda que lotaria estádios pelo mundo e venderia milhões de discos. Ironia do destino ou simples ousadia recompensada? Talvez os dois.
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