Ian Anderson comenta o papel do Pink Floyd no surgimento do rock progressivo
Por André Garcia
Postado em 08 de outubro de 2022
Em seu álbum de estreia "The Piper at the Gates of Dawn" (1967) o Pink Floyd incluiu uma música que beirava os 10 minutos de duração, "Interstellar Overdrive". Na época, aquilo foi inovador para muita gente, mas em 1971 já era algo tão comum que o Yes apenas no "The Yes Album" tinha três faixas com aproximadamente a mesma duração.
Naquele mesmo ano, o Pink Floyd chegou a 23 minutos apenas com "Echoes", que ocupou um lado inteiro do "Meddle". Parecia haver entre as bandas uma competição para ver quem fazia a música mais longa. Se tal competição existiu, o vencedor foi o Jethro Tull, que levou a brincadeira ao extremo com "Thick as a Brick" (1972): uma música tão longa que, dividida em duas partes (uma em cada lado do disco) ocupou todos os 44 minutos que cabiam em um LP!

Com clássicos do rock progressivo como "Aqualung" (1971) e o próprio "Thick as a Brick", o Jethro Tull se consagrou uma das maiores bandas do gênero — e seu frontman Ian Anderson uma das maiores autoridades no assunto. Conforme publicado pela Rock and Roll Garage, em entrevista de 2020 para a Classic Rock, ele usou dessa autoridade para falar sobre a importância que o Pink Floyd teve no surgimento do progressivo.
"Há dois álbuns seminais em 1967 que abriram caminho para gente como eu no contexto progressivo: um deles foi o 'Sgt. Peppers [Lonely Hearts Club Band]', claro; o outro foi o mais surrealista e progressivo 'The Piper at the Gates of Dawn', do Pink Floyd. Ambos pegaram elementos de muitas fontes diferentes, e as utilizaram de forma colorida, criativa."
"Para mim, o disco do Pink Floyd tinha mais significado. Os Beatles eram uma banda pop — eu achei as coisas deles meio forçadas, meio certinhas. Eu prefiro o elemento cantor/compositor do Pink Floyd. As músicas do Syd Barrett eram esquisitas e engraçadas, que perfeitamente complementavam o radical e viajante instrumental da banda. Você via imagens apresentadas com palavras e sons."
Em outra entrevista, dessa vez para a Hyperlocrian este ano, Anderson voltou ao assunto.
"Tinha coisas antigamente que foram com certeza revolucionárias. É incrível quando você ouve o primeiro disco do Pink Floyd, 'The Piper at the Gates of Dawn' — era uma experiência inovadora e única ouvir aquilo. Aquilo foi uma placa de sinalização para aqueles de nós que queriam ser músicos em 1967. Uma placa que dizia: 'Rock progressivo por aqui'. Foi o início da música progressiva. Aquela foi uma importante experiência. E eu não creio que já tenha ouvido algo equivalente em termos musicais no que ouço do suposto rock progressivo das bandas de hoje em dia."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Guns N' Roses fará 9 shows no Brasil em 2026; confira datas e locais
O grupo psicodélico que cativou Plant; "Uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos"
Angra "deixa escapar" que Alírio Netto faz parte de sua formação atual
Billboard Brasil confirma que Alírio Netto é o novo vocalista do Angra
O que pode ter motivado a saída abrupta de Fabio Lione do Angra?
Guns N' Roses anuncia lançamento dos singles "Nothin" e "Atlas" para 2 de dezembro
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Poucas horas após deixar o Arch Enemy, Alissa White-Gluz lança primeira música de álbum solo
James Hetfield não ficou feliz com o visual adotado pelo Metallica nos anos 90
Arch Enemy anuncia a saída da vocalista Alissa White-Gluz
As três linhas de baixo favoritas de Flea, do Red Hot Chili Peppers
O cara que canta muito, mas Malcolm Young disse que jamais poderia entrar no AC/DC
O artista que Ian Anderson coroou como "a mãe da reinvenção"
O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original"
Guitarrista Martin Barre, ex-Jethro Tull, anuncia autobiografia
Os 11 álbuns prog preferidos de Geoff Downes, tecladista do Yes e Asia


