Três álbuns do Pink Floyd que Roger Waters não suporta; "Só delírio sem direcionamento"
Por Bruce William
Postado em 09 de maio de 2025
Roger Waters nunca foi conhecido por medir palavras — especialmente quando o assunto é o Pink Floyd sem ele. Mesmo reconhecendo a importância histórica da banda, o baixista e letrista não costuma esconder seu desprezo por determinados álbuns, incluindo alguns gravados antes de sua consolidação como líder criativo e, principalmente, os lançados depois de sua saída.
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Entre os discos que ele menospreza, "The Piper at the Gates of Dawn" ocupa uma posição curiosa. Apesar de ser o primeiro álbum da banda, lançado em 1967 com Syd Barrett no comando e considerado um dos grandes discos da banda, Waters não vê nele nenhuma grandiosidade. Pelo contrário: "Não quero voltar àquela época. Não havia nada de 'grandioso' naquilo. Éramos risíveis. Éramos inúteis. Não sabíamos tocar, então tivemos que fazer algo estúpido e 'experimental'", afirmou, em fala publicada na Far Out.

Essa crítica se alinha à visão que Waters sempre defendeu: a música deve ter propósito. Ele nunca foi fã de sons que apenas soassem interessantes ou psicodélicos por estética — para ele, precisava haver uma ideia por trás, um conceito. Sem isso, vira apenas barulho solto. E era assim que ele via o "Piper".
Mas sua insatisfação não para na fase inicial da banda. Waters também critica duramente os álbuns lançados após sua saída, como "A Momentary Lapse of Reason" (1987). Ele considera o disco uma imitação genérica do que seria o "estilo Pink Floyd". "Acho que é uma falsificação muito fácil, mas até que bastante esperta. Se você não ouvir com atenção, realmente parece Pink Floyd. Tem o Gilmour tocando guitarra", disse. E completou: "Se o objetivo é criar algo que soe como a concepção geral de um disco do Pink Floyd, inevitavelmente você vai conseguir alcançar esse objetivo limitado."
O alvo principal, porém, é "The Division Bell" (1994). Waters considera esse álbum ainda pior que o anterior — a ponto de sentir pena dos fãs que o compraram. "Com todo respeito às pessoas que foram lá e compraram esses discos, eles são apenas lixo", declarou. "Particularmente The Division Bell; é só um monte de bobagem do começo ao fim."

Mesmo entre fãs da banda, esses dois discos da fase Gilmour dividem opiniões. Enquanto alguns defendem que há bons momentos instrumentais e letras sensíveis, outros concordam com Waters ao afirmar que falta substância e intenção mais profunda. Para ele, não basta soar como Pink Floyd — é preciso ser.
Em entrevistas, Waters deixou claro que sua abordagem sempre foi buscar significado e estrutura, algo que ele não enxerga nos trabalhos pós-saída. Isso também ajuda a explicar seu distanciamento emocional em relação à discografia posterior. Ele vê esses álbuns como tentativas oportunistas de resgatar uma fórmula antiga, sem a alma que ele dizia carregar nos anos 1970.
É nesse contexto que ele dispara a frase mais direta de todas, sem rodeios: "Eles são apenas lixo." E embora tenha dirigido esse comentário especificamente ao "Division Bell", a frase resume sua visão sobre todos os álbuns que ele considera vazios, mal direcionados ou feitos por obrigação — mesmo que levem o nome do Pink Floyd na capa.

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