Os 3 motivos que fizeram Leoni abandonar Kid Abelha e formar o Heróis da Resistência
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de agosto de 2025
Poucos episódios da história do rock brasileiro geraram tanto folclore quanto a saída de Leoni do Kid Abelha. A cena da "pandeirada" que Paula Toller teria acertado no baixista durante um show atravessou décadas como uma das brigas mais lembradas da música nacional — e acabou servindo de estopim para que o músico deixasse o grupo que ajudara a fundar.
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Se para Renato Russo, a separação soou tão impactante quanto a de Lennon e McCartney nos Beatles, para Leoni a história foi muito mais simples: uma soma de desgastes pessoais, falta de espaço artístico e, claro, um incidente que entrou para o anedotário do pop brasileiro. Em entrevista ao Pitadas do Sal o cantor e compositor relembrou os três fatores que o levaram a abandonar a banda e criar o Heróis da Resistência.
1. A vontade de cantar mais
Leoni revelou que, desde o início, sempre quis estar à frente do microfone. No Kid Abelha, chegou a negociar espaço para interpretar duas canções no segundo disco ("Educação Sentimental" e "Conspiração Internacional"), mas ainda assim se sentia limitado. "No começo eu só tocava baixo. Depois aprendi a cantar e tocar ao mesmo tempo, e queria fazer mais. Mas no Kid não havia espaço para isso", contou.

2. A falta de ensaios
Outro ponto de frustração era a rotina da banda. Segundo ele, o Kid Abelha ensaiava pouco, o que impedia a criação de uma identidade musical mais orgânica. "A gente ou estava gravando, ou em programa de TV, ou em turnê. Não havia tempo para desenvolver uma linguagem própria de banda. Já com os Heróis, ensaiávamos quase todos os dias e isso mudava tudo", lembrou.
3. A famosa "pandeirada"
O episódio mais lendário veio em 1987, quando, em meio a uma discussão nos bastidores, Paula Toller teria arremessado um pandeiro que acabou atingindo o baixista. "Eu já havia dito que deixaria a banda ao fim da turnê. Mas no dia seguinte à confusão ficou impossível continuar", recordou Leoni. O caso foi confirmado por testemunhas, como o baterista Kadu Menezes, e eternizado como uma das histórias mais pitorescas do rock nacional.

Poucos meses depois, Leoni já estava em estúdio gravando o primeiro disco do Heróis da Resistência, que traria o sucesso "Só pro Meu Prazer". A canção não só marcou sua transição para uma nova fase, como mostrou que a escolha arriscada havia sido certeira. "Eu queria uma banda em que pudesse cantar, compor e tocar todos os dias. Nos Heróis, finalmente encontrei isso", resumiu.
Confira a entrevista completa abaixo.

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