Vale a pena conhecer: Bornes, Sandinistas e Refugiadas
Por André Garcia
Postado em 22 de maio de 2023
O rock não morreu — ele apenas se tornou menos óbvio. Se antigamente todas as bandas do mundo eram filtradas e nos trazidas de bandeja pelas rádios ou pela MTV, com a internet a coisa mudou. Hoje, para conhecer novas bandas o ouvinte tem que ir até elas, e para isso terá que encontrá-las em meio a todas as outras disputando espaço nos algoritmos, hashtags, redes sociais e serviços de streaming — bem-vindo ao admirável mundo novo!
Para facilitar um pouco essa dura missão, aqui vão três recomendações de bandas do underground nacional que estão pedindo passagem e que vale a pena conhecer: Bornes, Sandinistas e Refugiadas.
Bornes
Formado em 2012 em Cachoeirinha/RS, é atualmente composto por Marnon (vocal e baixo), Maik Borne (guitarra e vocal), Maurício Truta (guitarra) e Thiago Kurt (bateria).
Seu som é um pop rock com a vibe dos discos acústicos produzidos pela MTV nos anos 90 e 2000. Em seu caldeirão musical há o folk pop de Nando Reis, o MPB urbano de Marisa Monte, o groove do Red Hot Chili Peppers e o cosmopolita regionalismo nordestino de Chico Science. Suas letras, em português, falam sobre o cotidiano urbano, na linha dos momentos mais good vibes de Chorão no Charlie Brown Jr. Indicado a quem quer ouvir um pop rock leve com mensagens em que vale a pena prestar atenção.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento composta pelos álbuns "The Bornes" (2016) e "O Brasil É Um Só" (2023), bem como os singles "Amante" e "Banho e Tosa" (ambos de 2022).
Onde encontrar:
https://instagram.com/bornesoficial
Sandinistas
Formado em 2017 na periferia da Grande São Paulo, é atualmente composto por Paulo Silva (vocal e guitarra), Ivo Augusto (baixo) e Thiago Ferreira (bateria).
Seu som é um punk rock clássico bem inglês, aos moldes do feito pelo The Clash e The Jam em seus primeiros trabalhos. Há um toque também das melodias e despretensão do Buzzcocks e do mod rock do Ira! nos anos 80. Suas letras, em português, também seguem a linha do Clash e o Jam, indo por um caminho mais positivo e otimista ao abordar o cotidiano na cidade grande — uma fábrica de produzir exclusão. Indicado a quem curte um punk ao mesmo tempo 1977 e pós-pandemia: enxergando uma luz no fim do túnel, além do niilismo suicida e extremismo.
Está disponível nas plataformas de streaming sua discografia, até o momento composta por seu álbum de estreia, autointitulado, lançado em 2022; bem como seis singles, os mais recentes "Desempregado" (2020) e "São Paulo Não Pode Parar !" (2022).
Onde encontrar:
https://instagram.com/bandasandinistas
Refugiadas
Formada em São Paulo/SP em 2021, é atualmente composta por Angelita (vocal), Tati (guitarra), Keu (baixo) e Débora (bateria).
Seu som é um punk rock inspirado nos pioneiros do hardcore, como Dead Kennedys, Black Flag e Misfits (no álbum "Earth A.D."). Há também a atitude girl power de The Runaways, The Slits e L7. Suas letras, em português, são ácidas cusparadas na cara do pretenso e autoproclamado cidadão de bem, sempre da perspectiva da mulher em uma sociedade estruturalmente misógina. Indicado a quem curte o bom e velho punkzão, mas não quer mais ouvir as mesmas bandas de sempre.
Está disponível nas plataformas de streaming seu álbum de estreia, autointitulado, que saiu do forno agora em 2023. Curto e grosso, tem 15 minutos de tapas na cara distribuídos em oito faixas.
Onde encontrar:
https://instagram.com/refugiadas_banda
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