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Dave Mustaine: Megadeth, Metallica e sua biografia

Por João Vitor Hatum de Mendonça
Fonte: Rust In Page
Postado em 03 de outubro de 2010

Artigo original publicado por Mark Eglinton no site The Quietus.

Apesar da insalubre quantidade de calúnias durante os anos - algumas delas justificadas, outras nem tanto - Dave Mustaine é, em termos de heavy metal, ainda um dos maiores sucessos de bilheteria. Há pouca dúvida de que suas emoções sempre estiveram à flor da pele e, quando você considera suas bem-documentadas batalhas contra as drogas e o álcool durante os anos, não é de se surpreender que algumas de suas entrevistas tenham sido tão controversas. Entretanto, os últimos anos foram um pouco mais gentis com o 'Megadave', e com uma nova e altamente proclamada devoção ao Cristianismo e álbuns recentes que sugerem uma criatividade renovada, a sua autobiografia intitulada simplesmente "Mustaine: A Life In Metal" não poderia ter sido escrita em hora melhor.

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Se qualquer bagunça precisasse ser limpa, os recentes shows do Big Four na Europa, que finalmente o colocou no mesmo palco que o Metallica, indicaram que 2010 representa o fim de um capítulo e o amanhecer depois de um dos períodos mais negros de sua vida. Mustaine está com quase 50 e enquanto ele sempre será uma das vozes mais inteligentes e dolorosamente honestas na cena metal atual, ele ainda mantém a habilidade de dividir a opinião dos fãs com o que sai de sua boca às vezes - e há quem suspeite que este será sempre o caso. Sua autobiografia é honesta, com certeza - e não sem aquela acidez característica - mas há também uma maturidade considerável em suas palavras agora, o que sugere que Dave Mustaine está mais feliz em viver e deixar rolar do que sempre esteve.

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A Life In Metal já foi lançado há algumas semanas. Quanto tempo durou o período de gestação deste projeto?

Dave Mustaine: Bem, originalmente o livro seria totalmente diferente. Seria sobre as músicas, com o foco em o que cada uma delas significa e as entrelinhas em todas estas músicas e também a quem elas foram direcionadas.

Então o que aconteceu?

DM: Eu mandei o livro terminado para a Sanctuary e então aquela empresa fechou. Eles apenas me disseram: "Estamos fechando a editora, aqui está o seu livro de volta." Eu apenas disse "Oh, ok," e eu achei que foi bem legal eles terem me pago pelo livro e não terem pedido o dinheiro de volta. Apenas tomamos nossos rumos e eu fiquei com o livro. Eu pensei, "Bem, lá se foi meu jornalismo!" [risos]

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Mas você não desistiu disto?

DM: Não, não desisti, mas quando eu arrumei um novo manager, eu falei com ele sobre tudo que eu tinha sonhado em relação ao livro. Porque nossa companhia de gerência é uma das maiores do mundo, isto nos deu tanta influência aqui nos EUA e para lá, e por causa disto que nós fomos direto a Harper Collins e assinamos um contrato para o livro - a Mercedes Benz das editoras. Todo este pessoal tanto nos escritórios dos EUA quanto no Reino Unido foram tão fáceis de lidar, e como resultado, o processo todo não foi nada senão diversão para mim. Desde o momento em que me apresentei ao meu co-autor, até o livro ser lançado, foi provavelmente em torno de um ano.

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O quanto de envolvimento na escrita física você teve de fato? Você está me dizendo que você sentou na frente do teclado e escreveu?

DM: Nós conversamos diariamente durante uns seis meses; tínhamos uma conversa toda manhã. Eu tomava meu café da manhã e ele as suas chamadas de telefone da manhã. Algumas destas ligações, entretanto, eram bem mortas e eu nem me lembro de algumas delas. Naqueles dias eu ficava trabalhando até tarde e então me levantar às seis da manhã para conversar no telefone foi muito difícil para mim. Nós conversávamos, conversávamos e conversávamos e isto é tudo um crédito pelo grande escritor que Joe é. Na verdade, ele atualmente está escrevendo a biografia de Ace Frehley.

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O quanto de poder direcional Joe Layden teve?

DM: O legal foi que às vezes quando estávamos escrevendo o livro, houve algumas histórias que eu lhe contei que o fizeram dizer, "Cara, tem certeza que quer colocar isto aqui?" Às vezes eu dizia "Sabe, talvez não," e a razão é que isto iria apenas machucar alguem. Há coisas que acontecem no decorrer de nossas vidas que são engraçadas, mas no fim de toda piada há a parte engraçada, e esta parte engraçada geralmente é alguém. Nós apenas olhamos para isto e decidimos nos focar nos fatos. Queríamos manter o elemento rock & roll - mantê-lo sexy, engraçado e feliz. Eu olho para todas as coisas ruins que eu fiz na minha vida de um ponto de vista de solução, ao invés do jeito "Foda-se, eu não consigo consertar isto". Uma vez alguém disse - e deve ter sido H.G Wells - que ou você é parte do problema, ou você é parte da solução, e é assim que eu tento viver minha vida.

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O quão catártico foi o precesso de escrever o livro?

DM: Muito. Foi com certeza importante para mim no meu papel de figura representativa do gênero heavy metal. Como você sabe, em 1992 eu cobri a Democratic National Convention no Madison Square Garden para a MTV. Claro que eu apareci lá com cabelo longo, uma camisa de flanela e eles não sabiam o que pensar. Eu fui não oficialmente eleito representante da juventude excluída da América e eu estava lá fazendo perguntas perfeitas e fiz um discurso eloquente. Claro que eu beijei o castelo de Blarney primeiro, então a sorte estava do meu lado! [Risos] Então, poder lançar este livro fez as pessoas pensarem: "Wow, este cara pode realmente formar uma sentença sem dizer 'fuck'."

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Dado que você foi sempre muito sincero na imprensa durante os anos, foi supreendente ver o quão contido você foi em lidar com os problemas com o Metallica no livro - poucas cutucadas são dadas na verdade...

DM: Eu não acho que haja um motivo para cutucadas, ponto. Digo, se você tem um oponente, entre no ringue - não fique jogando porcarias um em cima do outro. Se você tem algo a dizer, apenas diga. Se são palavras de combate, então vamos lá. Eu tenho quase 50 agora e quando você chega na minha idade, você não luta mais. Quando eu obtive minha primeira faixa preta, eu estava falando com meu mestre e ele era metade Mexicano e metade Nativo Americano. Eu falei com ele e tive uma grande ideia do que acontece quando os caciques Nativo Americanos ficam muito velhos para competir; eles entram em estado de guerra mentalmente. Eu adorei tanto este cara que quando eu fiz meu projeto paralelo MD45, havia uma música neste disco chamada "The Creed", que era sobre pessoas que conheciam artes marciais e o credo dos guerreiros em geral.

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Digo, só porque você conhece uma arte marcial, não significa que você sabe como lutar, e há vários caras com títulos em artes marciais que não durariam dez segundos em uma briga de rua. É a esta mentalidade de guerreiro que eu estava me referindo.

Você temeu algum retorno judicial de alguma forma, quando estava lidando com alguns dos aspectos mais controversos da sua história?

DM: Bem, não, porque eu já tinha confessado qual foi minha parte em todo o rolo com o Metallica - tanto as coisas que deram certo, quanto as coisas que deram errado. Somos amigos agora e meu objetivo não era contar a história para que as pessoas gostassem de mim, era apenas contar a história direito. Eu apenas queria dizer "Ei, eu fiz isso e eu não fiz isto, também" - se é que faz sentido.

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Com certeza faz. A reunião do Big Four foi significante, ou mais significante, do que escrever seu livro?

DM: O livro poderia ter passado despercebido, e nada poderia garantir que haveria algum progresso na reabilitação da nossa amizade. Entretanto, no negócio do Big Four nós estávamos juntos e pudemos nos ver e fazer o que palavras não conseguem. Nos olhamos nos olhos. James [Hetfield, guitarrista/vocalista do Metallica] e eu tivemos um momento onde nós dois nos desculpamos por alguma coisa e então nos abraçamos, e este é o tipo de coisas que as pessoas não vêem. A imprensa apenas fica alimentando as coisas e eventualmente você fica com vontade de dizer "Vocês não estão vendo que não há rixa alguma?" Digo, nós já tocamos no mesmo palco. [Risos] James e eu precisamos ter um filho juntos para mostrar que está tudo bem?

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Então houve um momento decisivo onde sua amizade foi re-estabelecida?

DM: Sim, houve. Antes de irmos para o palco tocarmos juntos, eu abracei Lars [Ulrich, baterista do Metallica] - ele estava todo feliz, e eu também abracei Kirk [guitarrista do Metallica]. Então depois disso, eu fui e abracei James e o grito do público quando eu fiz isso foi mais alto do que quando estávamos tocando, foi realmente marcante. James Hetfield e eu somos como os grandes pais disto tudo; algo como o cara com o chapéu branco e o cara com o chapéu preto.

Infelizmente, eu fui o cara com o chapéu preto. Estamos todos na mesma página, e o bom é que no fim desta experiência nós nos cumprimentamos, nos abraçamos e eu sabia que seria outro dia. E até então, meu amigo, "Até mais".

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Sobre João Vitor Hatum de Mendonça

Nascido no interior de São Paulo em 1988, hoje graduado no curso de Bacharelado em Ciência da Computação, fanático por Rock e Heavy Metal desde pirralho, sendo, hoje, um dos responsáveis pelo site Rust In Page e criador do blog Inside Loud. A paixão pelo Rock surgiu lá pelos 10 anos de idade com um álbum do Aerosmith e, desde então, teve (e ainda tem) entre seus músicos e bandas favoritas nomes como Iron Maiden, Judas Priest, Megadeth, Rush e Van Halen. Mas, independente de rótulos e conceitos pré-definidos, seu gosto musical viaja desde o som mais pesado de um Carcass, até os experimentalismos de um Mr. Bungle e o som mais moderno de um Stone Sour, apenas ouvindo o que lhe agrada e soa bem aos ouvidos. Hoje, além de trabalhar na área de Computação e ser um 'músico' casual, despende parte de seu tempo no blog Inside Loud, em homenagem a uma de suas maiores paixões: a boa e velha música.
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