Os 20 anos de "Octavarium", a obra-prima complexa e acessível do Dream Theater
Resenha - Octavarium - Dream Theater
Por Mateus Ribeiro
Postado em 18 de maio de 2025
Amado por uns e odiado por outros — muitas vezes pelas mesmas razões —, o metal progressivo se caracteriza por músicas de estruturas complexas e, frequentemente, longas durações. Uma banda veterana, formada nos anos 1980, é a principal responsável por popularizar essa fórmula até hoje, consolidando-se como o maior nome do estilo. Estamos, é claro, falando do Dream Theater.
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Com 40 anos de carreira, o Dream Theater tem em seu repertório álbuns que não são apenas marcos do prog, mas do heavy metal como um todo. O mais emblemático deles, sem dúvida, é "Images and Words", lançado em 1992. Com o hit "Pull Me Under", esse disco colocou o quinteto virtuoso no mapa, provando que músicas complexas e elaboradas também merecem seu lugar ao sol.
Para o ouvinte que não está familiarizado com o gênero, compreender a obra do Dream Theater pode parecer uma missão desafiadora à primeira vista. No entanto, há um elemento que torna essa jornada mais acessível: a habilidade da banda em criar melodias envolventes e acessíveis, sem sacrificar a complexidade. Essa combinação única brilha de maneira especial em uma de suas obras-primas atemporais: "Octavarium".

Lançado em junho de 2005, "Octavarium" é o oitavo álbum de estúdio do Dream Theater. Sucessor do ambicioso "Six Degrees of Inner Turbulence" (2002), o disco traz a tradicional complexidade característica da banda, mas também oferece uma sonoridade mais direta para aqueles que não estão tão acostumados com a intrincada musicalidade do prog. O melhor exemplo disso é "I Walk Beside You", uma balada reconfortante que lembra o estilo de grandes nomes como o U2.
Ainda dentro das faixas mais acessíveis de "Octavarium", destacam-se a envolvente "These Walls" e a tocante "The Answer Lies Within". Mesmo "Sacrificed Sons", que tem quase 11 minutos de duração e apresenta momentos de maior intensidade, entra nessa categoria. A música mantém um caráter melódico e conta com um refrão marcante que atrai tanto os fãs de progressivo quanto os que preferem algo mais direto.

Quando o assunto são as faixas mais pesadas, o destaque vai para "The Root of All Evil", que abre o disco com um riff afiado e uma letra que narra a trajetória do baterista e co-fundador Mike Portnoy em direção à sobriedade. Além disso, "Never Enough" e a frenética "Panic Attack" entregam uma energia explosiva, com influências notáveis do trio britânico Muse, trazendo à tona o lado mais enérgico e agressivo do grupo.
Por fim, a faixa-título encerra o álbum com uma composição épica de 24 minutos, dividida em cinco partes. Desde o início, que evoca o som atmosférico do Pink Floyd, até o clímax grandioso, ‘Octavarium" leva o ouvinte em uma experiência sonora repleta de intensidade, melodia e, claro, as famosas mudanças de andamento que marcaram a carreira do Dream Theater. Vale destacar o impressionante jogo de palavras criado por Mike Portnoy, que mistura referências a músicas, filmes e ícones da cultura pop de maneira engenhosa.

Música de qualidade sobrevive ao teste do tempo e continua relevante por décadas. Uma boa prova dessa máxima é "Octavarium", a obra-prima complexa e acessível do Dream Theater, que está prestes a completar vinte anos e merece ser ouvida sem moderação. Aperte o play e boa viagem!

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