Resenha - Octavarium - Dream Theater
Postado em 24 de julho de 2005
Nota: 9
Se tem uma coisa que o Dream Theater nunca fez foi repetir-se. É até difícil estabelecer conexões entre os álbuns da banda, já que, apesar da presença de alguns elementos mais ou menos freqüentes, todos eles são radicalmente diferentes. Octavarium não fugiu à regra. Oitavo disco de estúdio da banda (se não contarmos o EP A Change of Seasons), este é um trabalho que radicaliza algumas idéias desenvolvidas em A Train of Tought e aprofunda algumas influências já latentes na banda desde o seu início.
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Se Train of Tought ficou conhecido pelos fãs como o disco new metal do Dream Theater — sem conotações pejorativas, deixe-se bem claro —, Octavarium é o disco eletrônico da banda. É claro que esta é uma redução até certo ponto leviana. Mas traduz bem o espírito por trás do disco. O virtuosismo e os andamentos sincopados continuam lá, porém, há uma forte presença de elementos, digamos, "modernos" que em nada desvirtuaram o trabalho da banda.
Como álbum, Octavarium é tão hermético que começa onde deveria terminar. Explico-me. A primeira faixa, "The Root of All Evil" é, na verdade, o final da última, "Octavarium". É um conceito bem interessante. O álbum não traz uma temática uniforme, mas as letras estão bem próximas do álbum anterior, mais introspectivas e pessoais. "Never Enough" traz um fantástico trabalho de guitarras e é uma das mais pesadas do disco. A interpretação de James LaBrie chega a ser indefectível em alguns momentos. "These Walls" é uma bela canção, alternando peso e muito feeling. Outra que chama atenção logo na primeira audição é o petardo "Never Enough", séria candidata a uma das melhores do disco.
Não há um grande destaque, já que o disco prima pela homogeneidade. Também não há grandes destaques individuais, já que todos os membros da banda são músicos mais que proficientes em seus instrumentos e já ultrapassaram os limites de quaisquer elogios. Há apenas que se notar o brilhantismo de James LaBrie (que só vem melhorando com o passar dos anos não apenas como cantor, mas, sobretudo, como intérprete) e o mago Jordan Rudess, fazendo o impossível com seus teclados e efeitos. Mike Portnoy e John Petrucci, como sempre, dispensam comentários. John Myung continua surpreendendo com linhas de base cada vez mais complexas e instigantes. Octavarium é o que faltava para marcar a maturidade musical do Dream Theater.
Para finalizar, duas notas adicionais. Esse é provavelmente o disco mais curto da carreira do Dream Theater (8 faixas em pouco mais de 1 hora e 15). É também o que possui a arte gráfica mais impressionante da carreira da banda, lembrando algumas das capas antológicas do Rush. Resumindo, mais um trabalho perfeito dessa banda fantástica.
Banda:
James LaBrie – Voz
John Petrucci – Guitarra e voz
John Myung – Baixo
Jordan Rudess – Teclados
Mike Portnoy – Bateria, percussão, voz
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