A banda que Bruce Dickinson considera ser a versão moderna do Led Zeppelin
Por Bruce William
Postado em 07 de agosto de 2025
Durante os anos noventa, Bruce Dickinson encarou uma fase turbulenta e desafiadora na carreira. Após deixar o Iron Maiden em 1993, ele apostou em uma guinada solo que não buscava repetir a fórmula da banda. Pelo contrário, a proposta era explorar novos territórios musicais e sonoros, mesmo que isso significasse perder parte do público. O álbum "Balls to Picasso" marcou o início dessa nova fase, com turnês menores e um direcionamento musical bem diferente do heavy metal tradicional. "Você tem que ser realista sobre o mundo", disse Bruce em entrevista à Loudwire, explicando que era melhor tentar algo novo de verdade e ver no que dava, do que ficar preso ao que era esperado.
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Mesmo com pouca receptividade inicial, Dickinson não se abalou. Quando lançou "Skunkworks" em 1996, a reação de parte dos fãs mais conservadores do metal foi extrema: "Eu recebi cartas de ódio e ameaças de morte. Me chamavam de traidor, diziam 'isso é grunge!'", relembrou. Mas sua resposta era na lata: "E daí? O que é grunge? É algo que vocês meio que inventaram, e que provavelmente nem entendem. Então, não critiquem algo que vocês não entendem". A postura, típica de Dickinson, mostra um artista disposto a bancar sua escolha e enfrentar as consequências, até mesmo o isolamento dentro de seu próprio nicho musical.

Ao ser perguntado sobre o que o inspirava naquela fase, Bruce revelou um gosto que muita gente talvez não imaginasse: ele era fã declarado de bandas como Alice in Chains e, principalmente, Soundgarden. Para ele, essas bandas apresentavam composições poderosas e uma sonoridade intensa, que se destacava entre tudo o que estava surgindo naquela década. "Eu era um fã enorme do Chris Cornell e do Soundgarden. Enorme mesmo! Também do Alice in Chains. Músicas incríveis", afirmou.
Mas foi ao falar sobre o Soundgarden que Dickinson soltou uma comparação marcante. Segundo ele, a banda de Seattle parecia uma versão moderna de um dos maiores nomes da história do rock: "O Soundgarden, pra mim, era tipo um Led Zeppelin moderno, atualizado", declarou. Ele ainda elogiou Chris Cornell de forma enfática: "A voz dele era simplesmente a melhor voz da geração dele". Uma afirmação de peso, vindo de alguém que, além de ser uma das vozes mais reconhecíveis do metal, sempre teve um ouvido atento para o que há de mais criativo na música pesada.

A admiração por Chris Cornell e pelo Soundgarden mostra como Bruce Dickinson enxergava além das barreiras de gênero. Enquanto muitos fãs viam o grunge como uma ameaça ao metal, ele via talento, inovação e uma linhagem roqueira que, para ele, não só dialogava com o passado como também honrava nomes como o próprio Led Zeppelin.
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