GRøDE: Gótico norueguês mesclado com progressivo
Resenha - Den Trendje Høst: - GRøDE
Por José Sinésio Rorigues
Postado em 03 de agosto de 2019
Nota: 8
Como uma banda com sonoridade morna, sem integrantes excepcionais, sem solos de guitarra fabulosos e que é superultramegahiperdesconhecida pode ser tão sensacional? Vejamos: as linhas harmônicas são previsíveis e o vocal, sem complexidade, lembrando EVERON, em alguns momentos, TOAD THE WET SPROKET, em outros, eventualmente evoluindo a um SENTENCED amornado (quando esta finada e perfeita banda finlandesa mergulhava em momentos de maior calmaria). A despeito das limitações, o grupo GRØDE, da Noruega, mostra garra e honestidade em canções com excelente qualidade de gravação. Seu álbum Den Trendje Høst é um dos mais viciantes que conheço, absolutamente irresistível, perfeito em sua simplicidade e absolutamente funcional em sua mais do que louvável iniciativa de soar óbvio. A sonoridade deste trampo adentra nos domínios do metal gótico, apresentando ainda um quê de progressivo, meio depressivo, resultando em algo irresistível. Mas atenção: se você procura peso e velocidade aqui, só os encontrará em doses homeopáticas (isso se você tiver a oportunidade de ouvir esta banda, que é difícil de ser encontrada até mesmo na internet). Aliás, peso o trampo até tem, mas velocidade... O grupo é da Noruega e as músicas são em seu idioma natal, o norueguês bokmaal, falado pela maioria da população de seu país (com exceção de uma, que é em norueguês nynorsk, também chamado de neonorueguês; olha só onde você veio a ter aula de Geografia...). Ou seja: parece que o GRØDE nunca teve a menor preocupação em fazer sucesso fora das terras geladas de seu país natal (algo evidente até no nome do grupo, que tem a letra ø, que eu nem sei como se pronuncia).
Destaques: a música "Preludium" (excelente faixa, que começa após rápida introdução, com guitarras pesadas e vocal lembrando muito o da banda finlandesa HIM ou o da sueca IN GREY. Música com variações interessantes, com alguns momentos de vocal lento e dedilhados de violão), "Nedtegnet Fra Ensom Virkelighet" (faixa bem-feita, guitarras pesadas alternando momentos light, baixo bem tocado. Excelente!), "Fro" (tem início com guitarra com eco e vocal meio desanimado, mas rapidamente evolui para uma barulheira de respeito. Os caras mandam bem) e "Pilgrim" (começa morna, mas não é música ruim. Pelo contrário, tem uma sonoridade com ótimas variações, do jeito que eu gosto). Destaco também "Menneske", que é a melhor, minha favorita, a mais pesada do álbum, cheia de variações, baixo bem evidente. O casamento entre vocal e instrumental é perfeito. É uma música que eu tive a oportunidade de rolar na rádio, quando eu tinha um quadro de Rock e Heavy Metal num programa. "Skyggenes Fall" é magnífica, desafia descrição. Conheci a banda com esta música, que é a minha favorita, mesmo não sendo a melhor. Tem sonoridade madura, intercalando peso e momentos mais leves, como todas as demais faixas neste trampo. O vocal passeia entre calmo e agressivo, de forma sublime. "Evighet" é outra das melhores e nos traz um ponto alto neste trabalho, havendo perfeito casamento entre vocal e instrumental. Ao fim, seguindo a linha-mestra deste álbum, "Vintervei" alterna momentos de peso e de não muito peso e instrumental excelentemente tocado.
Que discaço, algo realmente impressionante! As músicas, todas elas, são muito bem trabalhadas, com peso na medida certa e no momento certo, produção que não decepciona. Vale a pena ouvir este álbum com atenção. Tente encontrar esta pérola da Noruega e aprecie sem moderação.
Formação do GRØDE:
*Mikael Lillevold – vocal
*Benjamin Lillevold – baixo
*Peter Lillevold – bateria
*Benjamin Asplund – guitarra
*Kjetil Raustøl – guitarra
Track List do álbum Den Trendje Høst:
01 – Fire Himmelretninger Del I
02 – Preludium
03 – Nedtegnet Fra Ensom Virkelighet
04 – Fro
05 – Pilgrim
06 – Den Som Lever
07 – Menneske
08 – Endring
09 – Skygennes Fall
10 – Evighet
11 – Vintervei
12 – Fire Himmelretninger Del II
Bandas similares:
MOONSPELL, de Portugal (em seus momentos de vocal limpo);
DEAD CAN DANCE, da Austrália;
VISIONAIRE, dos Estados Unidos (em seus momentos de vocal limpo);
THROES OF DAWN, da Finlândia;
EVERON, da Alemanha
IN GREY, da Suécia;
AMOS, do Brasil;
TO/DIE/FOR, da Finlândia;
POISONBLACK, da Finlândia;
PARADISE LOST, da Inglaterra (particularmente nos álbuns Symbol Of Life e Paradise Lost).
AMORPHIS, da Finlândia (particularmente no álbum Far From The Sun)
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