A fé em Jesus Cristo quase separou o U2; "A cura não está numa banda pós-punk"
Por Bruce William
Postado em 18 de junho de 2025
Quem olha para o U2 tocando em arenas futuristas como a Sphere, em Las Vegas, pode pensar que a relação da banda com o sagrado se resume a letras grandiosas e refrões de arena. Mas a verdade é que foi justamente a fé que quase colocou tudo a perder, pois ela serve - ou deveria servir - para unir as pessoas. Mas nem sempre isso acontece, e muitas vezes ela causa o oposto.
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No final dos anos 70, Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. ainda eram quatro garotos de Dublin, divididos entre tocar rock alto em clubes sujos e manter uma vida espiritual coerente com suas crenças cristãs. Para Bono, a convivência dessa dualidade era um desafio que ele topava encarar, mas nem todos estavam confortáveis com a ideia de virar popstar pregando composições sobre redenção e amor ao próximo.
Bono sempre relembra essa fase com honestidade, nota a Far Out: "De um lado, queríamos ser verdadeiros espiritualmente; de outro, queríamos ser a melhor banda de rock possível. Havia uma incerteza no ar"." E quem mais sentiu o peso dessa divisão foi The Edge. O guitarrista, conhecido por seu jeito discreto, simplesmente decidiu sair da banda para buscar um caminho mais alinhado à fé que seguia fora dos palcos.
Bono foi o primeiro a saber. "Edge saiu da banda. Mas não contou para todos, só para mim, e eu não queria ficar sem ele", disse o vocalista. O próprio Edge justificou a decisão dizendo: "É ótimo o que estamos fazendo, mas existe outro mundo lá fora, e é desse que quero fazer parte. A cura para os problemas do mundo não está numa banda pós-punk."
No fim das contas, não foi uma saída definitiva: The Edge se deu um prazo de duas semanas para pensar, refletir e ajustar a cabeça. O que parecia ser o fim acabou servindo para que cada um entendesse melhor o quanto estavam dispostos a seguir juntos, e até onde poderiam levar suas convicções para dentro da música.
A pequena pausa virou combustível para o que viria depois. O U2 passou a encarar a fé não como obstáculo, mas como uma faísca para construir o tipo de rock que se tornaria sua marca: dramático, politizado, grandioso e, de certa forma, sempre de olho no divino. Do garotinho espiritual de Dublin ao líder de multidões nos maiores palcos do mundo, Bono não deixou a crença para trás - apenas aprendeu a cantar para quem quisesse ouvir.
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