Cinco músicas do Metallica que não tem nada a ver com heavy metal, mas deram muito certo
Por Bruce William
Postado em 16 de junho de 2025
Quando se fala em metal, é quase impossível não pensar no Metallica. Desde o início dos anos oitenta, a banda ajudou a definir o peso, a fúria e a atitude de um gênero que vive de guitarras estridentes e baterias ensurdecedoras. Mas, em alguns momentos da carreira, James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo provaram que sabiam muito bem baixar o volume, e ainda assim emocionar multidões.
Um marco nessa virada é "Nothing Else Matters", a balada que, em 1991, escancarou a vulnerabilidade de Hetfield para o mundo. Ele escreveu a letra como uma confissão de saudade da namorada enquanto estava na estrada, sem imaginar que se tornaria um hino de amor universal. Mesmo com batidas fortes ao final, a essência suave transformou o "Black Album" num dos discos mais vendidos de todos os tempos e mostrou que até o metal pode ter coração.

Poucos anos depois, em "Load" (1996), Hetfield abriu mais feridas com "Mama Said". Ao som de um violão carregado de country e folk, ele desabafou sobre a relação conturbada com a mãe, que faleceu quando ele ainda era adolescente. A letra fala de culpa, rebeldia e de tudo o que ele gostaria de ter dito em vida, uma confissão crua que surpreendeu quem esperava riffs de aço.
Em "Reload", lançado em 1997, o Metallica manteve a fase introspectiva e lançou "Low Man's Lyric". Longe de falar sobre sua própria dor, Hetfield se colocou no lugar de um andarilho esquecido pelo mundo. A música, com mais de sete minutos, usa cordas, hurdy-gurdy e percussão sutil para criar um clima de solidão profunda. É o tipo de faixa que mostra que o silêncio pode gritar mais alto do que qualquer solo de guitarra.
Se alguém ainda duvidava da versatilidade da banda, bastou ouvir "Tuesday's Gone" para cair do cavalo. No disco "Garage Inc." (1998), o Metallica chamou uma turma de peso: músicos do Alice In Chains, Corrosion Of Conformity, Faith No More, Primus, para transformar o clássico do Lynyrd Skynyrd num verdadeiro encontro de bar, com gaita, clima de fogueira e zero traço de thrash metal. Uma jam despretensiosa que, para muitos, virou favorita justamente por soar tão fora da curva.
Mais recentemente, em 2020, a banda revisitou "The Unforgiven III" no projeto "S&M2". Originalmente, a música já era mais "limpa" que os clássicos pesadões, mas na versão com a orquestra de San Francisco ganhou ares de trilha épica, com Hetfield cantando sobre arranjos grandiosos e emotivos. Assim, o que muitos consideravam apenas um apêndice desnecessário virou um dos momentos mais bonitos do concerto.
Seja por amor, dor, experimentação ou pura curiosidade, o Metallica sempre mostrou que peso não é só distorção, e essas cinco músicas listadas originalmente pela Metal Hammer provam que até os gigantes do metal podem, de vez em quando, trocar a brutalidade pela delicadeza sem perder a identidade. E é exatamente por isso que eles continuam gigantes.
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