Guilhermoso Wild: Hard, Punk, Metal e carisma
Resenha - Exp+ - Guilhermoso Wild
Por Ricardo Dezerto
Postado em 13 de maio de 2018
Figura carimbada no undergound paulistano, Guilhermoso Wild, que um dia foi Wild Chicken, se lança neste novo projeto, "Exp+" explorando sonoridades mais pesadas com letras cheias de humor, boas sacadas e excelentes refrãos.
Mantendo a marca registrada de vocais teatrais, Guilhermoso se alterna entre músicas de pura diversão com outras cuja acidez vem atenuada pela ironia. Segundo o próprio, todas são autobiográficas.
Em "Chico Barrigudo", por exemplo a construção da letra baseada em frases feitas questiona a profundidade das discussões em um mundo onde se pretende fixar conceitos ultra complexos um simples meme.
Na mesma linha, "(Eu sou você), Eu Sou o Máximo" ri dos mantras de autoajuda. E "Caos, Caos" é o retrato puro do cidadão comum confrontando expectativa e realidade na sociedade contemporânea e se conecta com a poesia punk concreta de "Eu Não Aguento Mais".
Pena não constar no álbum a impagável versão para "Fire" do Jimi Hendrix, sempre presente nos shows.
A cozinha afiada e guitarras de solos estridentes revelam músicos de metal tocando punk que por vezes soa como autoparódia casando perfeitamente com a canastrice calculada dos vocais de Guilhermoso.
A produção é simples e direta sem efeitos ou polimentos, essencialmente punk. Apenas 1-2-3-4, aperta o REC e, como gosta de dizer Guilhermoso, "Vamo Vivê"?
Há momentos em que as canções se perdem em repetições e prolongamentos que não funcionam bem em disco, mas não se engane, a música de Guilhermoso é feita para ser consumida na hora, ao vivo, portanto, fique atento à agenda de shows e entre na roda gritando a plenos pulmões "Nada é nada/Tudo é Tudo/E viva o Chico Barrigudo".
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