Com o tradicional padrão de qualidade sueco, Hellacopters entrega outro bom disco, Overdriver
Resenha - Overdrive - Hellacopters
Por Mário Pescada
Postado em 16 de maio de 2025
Nota: 9
Tem bandas que facilitam - e muito - nosso trabalho de resenhar um disco e uma dessas com certeza é o The Hellacopters com seu novo e nono registro, "Overdriver" (2025), lançado na gringa pela Nuclear Blast e quase que simultaneamente no Brasil pela Shinigami Records.

Já se vão 30 anos de estrada (contando aí uma pausa aí de 8 anos) e o grupo sueco de garage rock segue com bons e relevantes discos. Com poucos traços daquele rock mais sujo dos primórdios (os EPs dessa época são matadores), continuam seguindo o caminho de um rock com guitarras, mas mais melódico, fortemente inspirado nos anos 1970 por grupos como Kiss, Thin Lizzy, The Damned, T. Rex e Alice Cooper.

Os quatro integrantes são diretos e sólidos em seus respectivos instrumentos. Nada de viradas alucinantes de bateria ou notas atrás de notas nas guitarras, mas muito feeling e riffs certeiros. "Overdriver" (2025) é desses discos que você ouve de ponta a ponta, curtindo cada faixa e fica se perguntando: "De onde que esses caras tiram sons tão legais com essa facilidade?".
Bom, já começa com os caras sendo suecos, país com forte tradição em produzir boas bandas, mas claro que o segredo do grupo está na sua formação. O guitarrista/vocalista Nicke Andersson, que ainda divide seu tempo entre o death metal do Death Breath e Entombed e o ocult rock do Lucifer, onde de quebra ainda é casado com a bela Johanna Platow Andersson, é o motor criativo do grupo, mas ele não está sozinho na tarefa de criar sons tão legais. O baixista Rudolf de Borst, além de boas linhas de baixo, também segurou as pontas na guitarra devido à ausência de Andreas Tyrone "Dregen" Svensson que trata de uma lesão na mão e ainda participou da composição de três músicas, sendo coautor de duas letras e autor de "Doomsday Daydreams".

Time bem formado e entrosado, é música boa na certa: "Token Apologies" abre de forma dançante os trabalhos; "Don't Let Me Bring You Down" mantém o alto astral com seu refrão legal; "Doomsday Daydreams", que contou com LG Valeta na slide guitar, tem baixo e solo de guitarra padrão Hellacopters de qualidade; "Faraway Looks" remete ao passado mais agitado da banda e foi feita na medida para ser tocada ao vivo; "Coming Down" se tornou a minha favorita, tanto pela sua letra, quanto melodia e "Leave A Mark", a faixa mais longa do disco, toma uma crescente com todos participando e ao final fechando outro bom trabalho do grupo.
De pegada nostálgica, mas sem abrir mão de recursos para uma boa gravação (em tempo, o título Overdriver é inspirado do nome de uma pedaleira da década de 1960), Nicke estreou bem como produtor. Coincidência ou não, todos os solos de guitarra ficaram "na cara" do ouvinte, você percebe claramente um aumento do volume quando eles entram.

"Overdriver" (2025) tem encarte do tipo pôster no tamanho 24 x 36 cm, com a capa de um lado e letras impressas do outro. Além dele, a Shinigami Records também lançou por aqui "Head Off" (2008), "Eyes Of Oblivion" (2022) e "Grande Rock Revisited" (2024).
Formação:
Nicke Andersson: vocais, guitarra, percussão
Robert Eriksson: bateria, background vocals
Anders "Boba" Lindström: teclados, guitarra, guitarra acústica
Rudolf de Borst: baixo, guitarra acústica, background vocals

Faixas:
01 Token Apologies
02 Don't Let Me Bring You Down
03 (I Don’t Wanna Be) Just A Memory
04 Wrong Face On
05 Soldier On
06 Doomsday Daydreams feat. LG Valeta
07 Faraway Looks
08 Coming Down
09 Do You Feel Normal?
10 The Stench
11 Leave A Mark
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