John Lennon sobre a fase dos Beatles que ele mais gostou: "Éramos como reis da selva"
Por André Garcia
Postado em 29 de maio de 2025
No mundo do rock poucas pessoas sofreram tanto com a fama quanto John Lennon. Por anos ele viveu perseguido por multidões histéricas durante a beatlemania, e ainda sofreu o primeiro cancelamento da cultura pop ao dizer que os Beatles eram mais populares que Jesus. Como se não bastasse, ele ainda foi assassinado justamente por um fã.
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A fama dos Beatles foi uma experiência tão traumática para eles que, mesmo em carreira solo, Lennon e George Harrison por toda a vida fizeram o mínimo possível de shows.
Mas houve uma época no começo dos anos 60, antes do surgimento da beatlemania, que John conseguia ser famoso e ao mesmo tempo curtir a vida. Conforme publicado pela Far Out Magazine, entrevista de 1970 para a Rolling Stone ele relembrou:
"Naquela época, éramos como reis da selva, e tínhamos uma relação muito próxima com os Rolling Stones. Não sei o quão próximos os outros Beatles eram dos Stones, mas eu passava bastante tempo com Brian Jones e Mick Jagger. Estávamos sempre juntos, e era ótimo. A gente rodava Londres de carro, se encontrava, falava sobre música…"

"Foi uma fase muito boa — talvez a melhor [dos Beatles] em termos de fama. Não éramos tão cercados por fãs o tempo todo. Parecia mais um clube do Bolinha, sabe? Um ambiente muito bom."
Como os Rolling Stones foram formados em 1962 e os a beatlemania começou em Liverpool de 63 para 64, o período a que Lennon se refere é provavelmente esse. A partir de meados de 64 a vida deles já havia se tornado o que provavelmente ele definiria como "um inferno".
A boa relação de Lennon com Jagger no começo dos anos 60 não impediu que, em meados da década seguinte, o ex-beatle botasse no vocalista dos Stones um apelido malicioso. Quem contou essa história foi May Pang — namorada de John quando ele se separou de Yoko Ono, entre 1973 e 75:
"A gente nunca sabia quando ele se materializaria, quanto tempo ficaria, quando ligaria novamente ou o que realmente se passava por trás daqueles olhos diabólicos e grandes lábios carnudos. Ele era dono de si mesmo e parecia gostar de seu sucesso e da vida que levava. Só que ele sempre parecia meio distante, como um ator que gostava de seu papel, mas ao mesmo tempo sabia que estava atuando e sempre observando sua própria atuação."

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