Sepultura: Uma regressão, mas no melhor sentido possível
Resenha - Kairos - Sepultura
Por Renato Trevisan
Fonte: ocaralhoa4.blogspot.com
Postado em 22 de junho de 2011
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
"Regressão". Está foi a primeira palavra que me veio a mente depois que terminei de ouvir "Kairos", o novo disco do Sepultura. Apesar de ser uma palavra mais 'forte', usei-a no melhor sentido possível, já que o disco entra em uma espécie de túnel do tempo e, com o passar das músicas, atravessa todas as fases pelas quais a banda mineira passou em seus mais de 25 anos de carreira.
Há tempos que a banda, hoje formada por Derrick Green (vocais), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo) e Jean Dolabella (bateria), vem recebendo pesadas críticas por ter abandonado aquele estilo Death/Thrash Metal dos primórdios da carreira, que fez o grupo se transformar em um dos maiores orgulhos -quiçá o maior- do Metal nacional, e apostar em um som com ares mais modernos e até experimentais, influenciado pelo Hardcore. Mas "Kairos", lançado em junho desse ano, se mostra um álbum crucial na carreira do grupo, pois aqui, ao decorrer da audição, percebemos que o grupo volta a fazer um som mais cru, seco e visceral, remetendo ao Metal Extremo, com o peso e a velocidade de antigamente.
Medo das críticas? Presente aos fãs? Baixas vendagens? Difícil dizer, até porque a banda sempre disse que não voltaria mais a fazer um som 'raiz' e que aquela fase mais brutal já tinha passado. Mas o que realmente importa é que "Kairos" sintetiza boa parte de tudo que a banda já lançou. Logo nas primeiras faixas, o grupo faz um som mais moderno e com grandes pitadas de groove, com riffs abafados e andamento mais cadenciado. Algo muito semelhante do que é encontrado em discos como "A-lex" e "Dante XXI". O som é mais simples e tem riffs um tanto quanto comuns, repetitivos e diria que até atmosféricos, mas uma diferença gritante já é perceptível: Andreas Kisser solta a mão e sola de um jeito que há tempos não o víamos fazendo.
A audição vai prosseguindo e, com ela, vai aumentando o peso e a velocidade. A partir da metade da sexta faixa, o álbum ganha contornos mais extremos e, para alguns fãs, até nostálgicos, já que nossos ouvidos tornam-se alvos de uma sucessão de riffs mais velozes com palhetas alternadas, cozinha mais pesada e direta, além dos vocais demoníacos de Derrick Green. Não estranho, canções desembocam em um Death Metal ou em um Thrash, que trazem a tona às antigas características da banda, mas que também possuem marcas do som que o grupo desenvolveu com o passar dos anos.
E nessa onda mais "old school" é que "Kairos" termina. Com o Sepultura mostrando que ainda é um dos gigantes do Heavy Metal mundial. Esbanjando qualidade técnica e compondo músicas que não deixarão ninguém sem bater a cabeça. Destaques especiais para Derrick Green, que teve uma atuação praticamente impecável, e para Andreas Kisser, o mentor criativo do grupo, que, pelo menos ao meu ver, compôs o melhor álbum já lançado após a saída de Max Cavalera da banda.
Ps: será interessante ver essas músicas ao vivo, já que muitas vezes as guitarras são duplas e, como todos devem saber, Andreas é o único guitarrista. Bom, agora o negócio é esperar, já que música extrema e de qualidade a banda já mostrou que ainda sabe fazer.
Derrick Green (vocais)
Andreas Kisser (guitarra)
Paulo Jr. (baixo)
Jean Dolabella (bateria)
1. Spectrum 04:03
2. Kairos 03:37
3. Relentless 03:36
4. 2011 00:30
5. Just One Fix (Ministry cover) 03:33
6. Dialog 04:57
7. Mask 04:31
8. 1433 00:31
9. Seethe 02:27
10. Born Strong 04:40
11. Embrace the Storm 03:32
12. 5772 00:29
13. No One Will Stand 03:17
14. Structure Violence (Azzes) 05:39
15. 4648 08:22
Outras resenhas de Kairos - Sepultura
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
Jane's Addiction anuncia que membros fizeram as pazes e comunica fim das atividades
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Steve Harris admite que sempre foi "acumulador" de coisas do Maiden, e isso salvou novo livro
Após assassinato do diretor, Spinal Tap suspende último filme


O que diz a letra da clássica "Roots Bloody Roots", segundo Max Cavalera
O clipe do Sepultura inspirado em uma das guerras mais complexas da história
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
Sepultura confirma datas da última turnê europeia da carreira
Como foi o último show do Sepultura com Max Cavalera, segundo integrantes da banda
Rodrigo Oliveira explica por que não passou nos testes para o Angra nem para o Sepultura
Max Cavalera diz ser o brasileiro mais reconhecido do rock mundial
Pior parte de deixar o Sepultura foi o afastamento de Iggor, diz Max Cavalera
Andreas Kisser pensou em mudar o nome do Sepultura após saída de Max Cavalera
A mensagem curta e simbólica sobre o Sepultura que Iggor Cavalera compartilhou no Instagram


