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DoidiVinas: rockabilly com dose extra de sensualidade

Resenha - Envenenada - DoidiVinas

Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 03 de agosto de 2010

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Em meio a muitas fórmulas repetidas, novas iniciativas são sempre bem-vindas ao rock n’ roll. Na ativa desde 2009, o trio feminino por trás do nome DOIDIVINAS coloca nas lojas o seu primeiro álbum, intitulado "Envenenada". O álbum, lançado pelo selo Discobertas, reconstrói o rockabilly dos anos setenta de maneira bastante peculiar – com uma dose extra de ironia e sensualidade.

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Na formação do DOIDIVINAS estão Luciana Morozini (baixo) e Helga Balbi (bateria), além da líder Flávia Couri (AUTORAMAS) (vocal e guitarra). "Envenenada", que batiza o primeiro registro da banda, empresta o nome também à primeira composição que inseriu grupo carioca no cenário nacional: o videoclipe da música estreou em julho de 2009 na MTV Brasil. De lá para cá, o DOIDIVINAS tem se apresentado nos principais palcos da capital carioca, como o Citibank Hall, e em São Paulo. A ascensão surpreendente das garotas necessitava, realmente, se consolidar através do primeiro CD.

"Envenenada" – o álbum – traz um pouco de todas as principais influências da banda, que vão do punk ao rock psicodélico. No entanto, a banda consolida em todas as suas dez composições o melhor do rockbilly dos anos setenta, sem abrir mão, entretanto, de uma sonoridade moderna e de letras sobre relações verdadeiramente contemporâneas. Em muitos momentos, o estilo mais pesado do trio carioca poderá lembrar os suecos do THE HELLACOPTERS ou os gaúchos da CACHORRO GRANDE, sobretudo pela semelhança das bases de guitarra.

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De qualquer forma, as garotas não se baseiam somente em nomes consagrados do rock n’ roll. Há muitas (e ótimas) características particulares no som do DOIDIVINAS. "Envenenada", a faixa-título, tem um clima à lá música de cabaret country americano, com direito a melodias doces e letras, com o perdão da repetição, envenenadas. "Paredes Frias", por outro lado, se não fosse a voz feminina de Flávia Couri, poderia ser incluída tranquilidade na discografia da banda sueca citada anteriormente.

O resultado satisfatório de "Envenenada" se deve, primordialmente, à qualidade de gravação atingida nesse primeiro álbum. Além disso, o trio conseguiu formatar um repertório com músicas dançantes, de ótimas estruturas e com refrões marcantes. Esse é o caso de "Apocalíptica", que não perde o espírito rock n’ roll do restante do álbum. Em outra perspectiva, "Odes & Lamentos" evidencia, pela primeira vez no registro, a pegada mais punk rock da banda.

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O mesmo espírito cabaret presente na abertura do CD – e que se repete em "Novelinha Devassa" – volta com força em "Country", com direito a passagens de banjo. A já citada voz doce de Flávia Couri não só funciona perfeitamente para o estilo da música, como ainda faz desse tipo de composição o que a banda tem de mais original para oferecer ao público. "Obsessão" e "A Morte do Louva-Deus", através de um outro caminho, mostram que o DOIDIVINAS é igualmente capaz de compor faixas mais diretas, pesadas e certeiras.

"Envenenadas", sem dúvida, é um disco muito acima da média entre os lançamentos brasileiros de rock n’ roll. Com arranjos maduros e de muito bom gosto, é surpreendente constatar que o DOIDIVINAS tem tão pouco tempo de estrada. De qualquer forma, a banda tem um longo caminho a seguir – que inclui shows e, quem sabe, um novo disco para o ano que vem. Além do mais, um registro com apenas (exatos 27 minutos) é pouco para uma banda que pode muito mais.

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Site: http://www.doidivinas.com

Track-list:

01. Envenenada
02. Paredes Frias
03. Apocalíptica
04. Novelinha Devassa
05. Odes & Lamentos
06. Country
07. Vida de Cachorro Abandonado
08. Obsessão
09. A Morte do Louva-Deus
10. Meu Novo Vício

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Sobre Paulo Finatto Jr.

Reside em Porto Alegre (RS). Nascido em 1985. Depois de três anos cursando Engenharia Química, seguiu a sua verdadeira vocação, e atualmente é aluno do curso de Jornalismo. Colorado de coração, curte heavy metal desde seus onze anos e colabora com o Whiplash! desde 2000, quando tinha apenas quinze anos. Fanático por bandas como Iron Maiden, Helloween e Nightwish, hoje tem uma visão mais eclética do mundo do rock. Foi o responsável pelo extinto site de metal brasileiro, o Brazil Metal Law, e já colaborou algumas vezes com a revista Rock Brigade.
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