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Delgados

Postado em 06 de abril de 2006

Biografia originalmente publicada no site Dying Days

Por Francisco Marés de Souza

Em uma entrevista concedida à (infelizmente) extinta Showbizz, o vocalista do Travis, Fran Healy, foi questionado sobre a grande explosão da cena escocesa que ocorreu nesses últimos anos. Fran afirmou que o principal motivo é que a crítica resolveu prestar atenção nas bandas do norte do Reino Unido, e que isso aconteceria em qualquer lugar que ela resolvesse olhar, pois há bandas maravilhosas para serem descobertas em todos os cantos do globo. Apesar de ser um tradicional crítico dos Travis, concordo plenamente com o que o cantor afirmou, e isso foi provado com a ascensão de várias cenas nesses últimos anos, como a do País de Gales e, mais recentemente, a da Suécia. Mas fica uma questão no ar: por que a crítica musical resolveu observar a o trabalho dos músicos de Glasgow, de uma hora para outra?

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Uma boa explicação é a organização. A carreira de bandas tão distintas quanto Belle & Sebastian e Mogwai foi alavancada por selos organizados pelos próprios artistas, que começaram como fabriquetas de fundo de quintal, e cresceram a ponto de se tornarem referências para a música alternativa. Os dois maiores selos são o já consagrado Jeepster (Belle & Sebastian, Snow Patrol, Gentle Waves, Looper, Salako) e o Chemikal Underground (Mogwai, Arab Strap, Aerogramme).

É justamente aqui que entra o trabalho de Alun Woodward, Emma Pollock, Stewart Henderson e Paul Savage, mais conhecidos pela alcunha Delgados (nome tirado de um ciclista espanhol, Pablo Delgado, vencedor do tradicional Tour De France). Os quatro fundaram a já citada Chemikal Underground, e se tornaram peças-chave na ascensão da cena escocesa, tanto por seu trabalho musical quanto por seu trabalho empresarial. Consolidaram tanto suas carreiras quanto a de muitos outros sem interferência de nenhuma major, e hoje colhem os frutos, sendo uma banda consolidada, reverenciada e influente no Reino Unido, além de ter dinheiro na conta para lançarem novas bandas do underground, não somente escocesas, mas também de outras nacionalidades (a hoje tão aclamada banda nova-iorquina Interpol chegou a lançar um EP pela Chemikal, no projeto Fukd ID).

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Nos últimos anos, vem aprimorando seu próprio estilo, extremamente melódico, com grandiosos refrões, orquestras e produções caprichadas. Apesar de não contar com o hype do Belle & Sebastian ou do Mogwai, já está estabelecida como uma das principais bandas da emergente cena escocesa, caminhando sempre à margem do mainstream, mas cativando o público alternativo e a crítica. Hate e The Great Eastern já estão entre os grandes discos desse início de década.

Tudo começou em 1994. Os três rapazes tocavam em uma outra banda da cidade, mas acabaram sendo expulsos. Frustrados com a expulsão, resolveram montar sua própria banda, os Delgados. Para dividir os vocais e as guitarras com Alun Woodward, resolveram chamar Emma Pollock, amiga dos tempos de faculdade de Paul Savage. A banda estava pronta, mas acabou não despertando o interesse de gravadoras. Sem nenhuma proposta, resolveram tomar uma atitude: para se livrarem de gravadoras, brigas contratuais e ambições de chefes gananciosos, formaram seu próprio selo: o Chemikal Underground.

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Na época, a Escócia começava a se destacar no cenário pop britânico, com o relativo sucesso de Teenage Fanclub e Jesus & Mary Chain. Mas, ainda assim, fazer algum sucesso era algo extremamente improvável para os artistas da região, que não tinham muita escolha senão uma mudança para Londres, como fizeram todas as bandas já estabilizadas de lá. A idéia incomodava os Delgados, assim como incomodava a todas os artistas escoceses, querendo sua merecida fatia da audiência britânica sem sair de sua terra natal. Por isso mesmo o Chemikal Underground não foi, em momento algum, um selo exclusivo dos Delgados, servindo de casa para muitas outras bandas que compartilhavam dos mesmos ideais e também da mesma preocupação. Na época, a banda afirmava: "agora a classe trabalhadora se torna o chefe", em alusão ao filósofo alemão Karl Marx.

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No início de 1995, foi lançado "Monica Webster", o primeiro single da banda e da gravadora. Na época o som dos Delgados era totalmente diferente do que nós hoje conhecemos, com uma forte pegada lo-fi e uma influência visível de Guided By Voices e Pavement. "Monica Webster" fez relativo sucesso, se esgotando em poucos meses, impressionando o influente radialista britânico John Peel, das famosas Peel Sessions. O sucesso também possibilitou um retorno financeiro para o selo, que começou a investir em novas bandas da cena escocesa, lançando no mesmo ano dois singles da banda bis, sendo que o segundo deles, Kandy Pop, chegou à vigésima quinta posição na Billboard.

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No meio de 95, o Delgados recebe uma proposta para gravar um EP pela Radar Records, selo londrino. A banda aceita, deixando os investimentos da Chemikal voltado para outras bandas. O resultado, Lazarwalker, foi considerado um fracasso pela banda, que preferiu voltar às origens do que continuar no selo. O grande benefício foi o aprendizado, como afirma Paul Savage, que conheceu melhor o sujo submundo pop londrino. No site oficial, Savage diz: "Fomos mencionados (por um colunista da NME) e ficamos satisfeitos, mas depois nós perguntamos o quanto cobravam por um release típico. Levantem-se e tirem suas máscaras!!" Aproveitando a situação, contrataram alguns empregados das gravadoras londrinas, mais experientes, para ajudá-los com a Chemikal Underground. A banda grava também dois split-singles, Liquidation Girl e Booker T. Jones com as bandas Van Impe e Urusei Yatsura, respectivamente.

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Em 96, lançam Cinecentre, single que marca a volta da banda à Chemikal Underground. Uma curiosidade do single é o dueto de Emma e Alun, Thirteen Glinding Principles, lado B que acabou sendo regravado em The Great Eastern, tornando-se uma das faixas favoritas dos fãs da banda. No mesmo ano, conhecem duas bandas importantíssimas para o desenvolvimento tanto do selo quanto da banda: Mogwai e Arab Strap. Com dinheiro no caixa, resolvem bancar a estréia dos dois e também a sua. Ao mesmo tempo, iniciaram as gravações de Domestiques e também do primeiro álbum do Arab Strap, The Week Never Starts Round Here. Em poucos meses o Mogwai também entra em estúdio para a gravação de Young Team, seu primeiro disco.

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Em junho de 96, é lançado Under Canvas Under Wraps, primeiro single do que seria a estréia dos Delgados, Domestiques. Uma música enérgica, cheia de guitarras distorcidas, lo-fi e berrada, muito longe do Delgados de hoje. O empolgante single abre caminho para o lançamento do disco, que ocorre em outubro do mesmo ano, uma semana depois do igualmente empolgante e divertido single de Sucrose.

Domestiques é uma estréia irregular, um disco onde o lo-fi é levado ao extremo, mas acaba pecando pela falta de melodias memoráveis e pela pobreza da gravação. Ainda assim, possui pérolas como as já citadas Under Canvas Under Wraps e Sucrose, e mostra a banda em seu princípio, desenvolvendo suas habilidades nos instrumentos - já é possível ouvir as guitarras arpejadas que se tornaram marca registrada da banda em faixas como Leaning On A Cane, assim como as geniais linhas de baixo de Stewart Henderson e os vocais sempre belos e discretos de Emma Pollock.

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O disco acaba não sendo tão bem recebido quanto as estréias de seus companheiros de selo Mogwai e Arab Strap, que foram lançadas nos meses seguintes. Apesar disso, John Peel se apaixona pela obra, o que possibilita a gravação de um disco da já tradicional série BBC Sessions (que apresenta, entre outros, Pixies e Joy Division), lançado em 97. No início desse ano, a cena escocesa começava a dar as caras nas publicações londrinas, graças ao fenômeno Belle & Sebastian, que havia lançado seu segundo disco, If You're Feeling Sinister. Mogwai, Arab Strap e Delgados iam conquistando seu espaço aos poucos.

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No final de 97, a banda volta aos estúdios para gravar seu segundo álbum, Peloton. Dessa vez grava no estúdio CaVa, em Glasgow, construído em uma antiga igreja, o que acabou contribuindo para um clima mais melancólico em certas faixas do disco. O disco é lançado em junho de 98, depois do lançamento de dois singles, Everything Goes Around The Water e Pull The Wires From The Wall, sendo que esse último chegou ao primeiro lugar das paradas alternativas britânicas, se tornando o maior sucesso da banda.

Assim como já apontavam os singles, o disco apresenta uma profunda evolução em relação a Domestiques. No lugar da produção desleixada, arranjos detalhados, cheios de cordas e instrumentos de sopro, com ênfase na melodia e no clima. Mas o disco não escapa da influência do anterior, e apresenta um contraste entre a suavidade e a beleza do que se tornaria o som "típico" dos Delgados e o peso e a sujeira de Domestiques, as vezes dentro de uma só faixa, como em The Actress e Repeat Failure. Para completar a obra, uma melancólica e inesperada balada pop, a já citada Pull The Wires From The Wall.

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Esse disco acabou servindo de referência para os trabalhos posteriores da banda, sendo a raíz tanto de The Great Eastern quanto de Hate. Mas o detalhe que mais chama a atenção é o extraordinário frescor pop que o álbum apresenta, com grandes refrãos presentes na grande maioria das faixas, o que tornou o disco mais acessível e agradável ao público.

No mesmo ano, Arab Strap lança Philophobia, sucesso de crítica e público, assim como Come On Die Young, do Mogwai. Juntos com Peloton, estabilizam a carreira da Chemikal Underground, o que possibilita o próximo plano dos Delgados: o já clássico The Great Eastern. As duas bandas acabam deixando a gravadora, dando oportunidade tanto aos Delgados quanto a outras bandas novas que estavam sendo chamadas para o elenco.

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Os Delgados voltam a trabalhar em estúdio em setembro de 98, logo após lançar o excelente Peloton, para gravar o que seria o terceiro disco da banda, mas as gravações acabaram sendo problemáticas. Nada parecia dar certo para a banda e Tony Doogan, engenheiro de som que é chamado carinhosamente pela banda de "o quinto delgado". Tentavam mixar sozinhos o álbum, mas não acertavam a mão de maneira alguma, o que provocou uma crise na banda. Cada membro parecia enxergar as músicas de uma forma diferente, seguindo, muitas vezes, em direções opostas, sem entrarem em nenhum consenso quanto ao conceito e a sonoridade do álbum. Para finalizá-lo, precisariam de alguém de fora.

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Surge então uma importantíssima figura para a carreira dos Delgados: Dave Friedmann. O produtor americano, que já havia trabalhado em álbuns do Mercury Rev, Flaming Lips e Weezer, entre outros, afirmou certa vez que "o único defeito de Peloton é que eu não trabalhei nele". A banda nem pestanejou na hora de decidir quem mixaria seu terceiro rebento e entrou em contato com o rapaz, que aceitou o trabalho na hora. Então, Paul Savage e Stewart Henderson refizeram os arranjos para guiar seu trabalho e Tony Doogan viajou para Nova York com todo o material disponível para auxiliá-lo com a mixagem, servindo como um "embaixador" da banda. Era a primeira vez que os Delgados deixavam alguém ter tanta autonomia com seu trabalho, e também a primeira vez que Dave Friedmann mixava um álbum no qual não tivesse participado na produção.

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No final de 99, 15 meses e 4 estúdios depois do início dos trabalhos, Dave e Tony terminaram o quebra cabeça. Estava finalmente pronto The Great Eastern, o mais ousado disco da banda até então. A banda aprovou o trabalho de Friedmann e o disco foi lançado em abril de 2000.

Com certeza, era o grande disco da banda até então. Canções etéreas, suaves, muitas cordas e instrumentos de sopro, mudanças de andamento e um punhado de grandes canções pops, como American Trilogy, No Danger, Accused of Stealing e Aye Today. Aproveitam, também, para experimentar novas sonoridades, principalmente na faixa inicial, The Past That Suits You Best, na qual toda a melodia fica concentrada em uma das caixas de som durante uma boa parte da música, deixando a outra apenas para ruídos, que acabam se fundindo perfeitamente com a melodia. Durante o disco, é perceptível a evolução da banda, que desenvolveu a técnica (já antes muito bem testada em Peloton) de nos envolver com a estrutura de suas músicas, com arranjos que começam discretos e distantes, que vão crescendo aos poucos, chegando a momentos inacreditavelmente belos e poderosos, fazendo com que cada canção seja uma pequena obra prima.

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O resultado dos 15 meses de sufoco não poderia ser melhor. The Great Eastern acabou sendo um sucesso, conquistando tanto a crítica quanto o público, o que garantiu aos Delgados uma indicação ao Mercury Prize, e também um grande número de admiradores por todo o mundo.

Em 2001, os Delgados são convidados para participarem de um estranho projeto. O artista plástico Joe Coleman montou um filme com suas pinturas, e para fazer a trilha sonora de seu projeto, que seria apresentado em Londres, chamam a banda escocesa. O detalhe é que a trilha sonora seria ao vivo, sem ensaios, uma grande jam servindo como pano de fundo para o filme. A banda aceita, e a apresentação acaba sendo um sucesso.

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Foi a primeira vez em que as músicas foram compostas daquela forma, sem serem baseadas nas letras de Alun e Emma, e isso acabou influenciando e entusiasmando a banda em seu novo projeto. A base de seu quarto disco deveria ser as músicas da apresentação, mas como foi tudo um grande improviso (que acabou não sendo gravado), teriam de repensar todo o conceito. A idéia então passou a ser trabalhar da mesma forma, compor primeiro as melodias, pensar nos arranjos e depois de tudo, escrever as letras. Era a única maneira de manter a unidade que faltou à banda nas gravações de The Great Eastern.

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Na mesma época, novas bandas começavam a despontar na Chemikal Underground, como os americanos do Radar Bros e o Aerogramme. O já renomado Arab Strap retornou ao selo, lançando The Red Threat em 2001. Com tantas bandas no catálogo, os Delgados decidem abandonar o barco, num estranho caso em que o patrão demite a si próprio, e vão para a Mantra Records, que já havia lançado Peloton e The Great Eastern fora da Europa. O principal motivo era o dinheiro disponível paras as gravações do próximo álbum.

A idéia era fazer um trabalho caro, uma espécie de épico, com uma produção ainda mais detalhada, luxuosa e pop do que a do álbum anterior, com a vantagem de que a banda já sabia exatamente como gostaria de soar, e estava totalmente unida, focada para o mesmo resultado desde o princípio. Isso acabou facilitando as gravações; trabalhando de volta com Tony Doogan, a banda não teve os problemas das sessões de The Great Eastern. Para a mixagem, Dave Friedmann é novamente chamado.

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Ao contrário do que muitos pensam, Dave pouco mexeu na primeira gravação, estava plenamente satisfeito com o trabalho de Doogan e dos Delgados. Fica pronto então o quarto disco da banda, Hate, que é lançado em outubro de 2002, algumas semanas depois do belíssimo single Coming In From The Cold, uma das músicas mais acessíveis e encantadoras já escritas pelos Delgados.

O resultado final não poderia ser melhor: um disco belo, unindo a veia pop de Peloton com os delicados arranjos de The Great Eastern, criando grandes composições, com melodias e arranjos tocantes, estruturas grandiosas e refrãos comoventes. Desde o início parece nos levar a uma viagem pelo universo dos Delgados, cheio de tristeza (Woke From Dreaming), ironia (All You Need Is Hate), beleza (Never Look At The Sun) e até esperança, escondida sob toda a melancolia das melodias e letras (All Rise). Um álbum mágico, um dos melhores de 2002.

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Mas a reação da crítica acabou sendo um pouco decepcionante, uma vez que o disco foi lançado no chamado "ano dos hypes", em que toda a imprensa "oficial" se limitou a bajular uma meia-dúzia de bandas sistematicamente, desprezando um bom número de grandes lançamentos que mereciam muito mais do que o esquecimento dos cadernos culturais. Isso acabou influenciando nas vendas, deixando-as aquém de seu potencial. Se fosse em um ano "normal", seria muito provável que um single como Coming In From The Cold atingisse um público muito maior do que o atingido.

Atualmente, os Delgados estão em turnê pela Europa. Pela primeira vez, excursionam junto com um quarteto de cordas, responsável pela transferência da sonoridade de Hate para os palcos. Lançaram, no início do ano, o segundo single desse disco, o controverso All You Need Is Hate, sátira descarada aos Beatles, com toda a pompa da música "original" mas com uma letra para lá de ácida e sarcástica. Entre shows e entrevistas, continuam tocando a Chemikal Underground, agora sendo apenas os patrões. Há rumores de que o Teenage Fanclub participara do projeto Fukd ID, promovido pela gravadora, que lança EPs de artistas consagrados e também de bandas iniciantes.

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E, depois de quase uma década de um trabalho árduo, a banda continua a mesma. Ora trabalhando em seus discos maravilhosos, ora peitando as majors, mas sempre fiéis à arte que fazem. Seus três últimos discos foram lançados no Brasil pela Sum Records, e não é difícil topar com algum deles em sua loja de CD favorita. Se você nunca os ouviu, não preciso nem dizer que qualquer um dos discos é altamente recomendado e merece espaço em sua coleção.

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