O que significa "não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas" em "Tempo Perdido"
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de abril de 2025
"Tempo Perdido", lançada no álbum "Dois" (1986) é o maior sucesso da Legião Urbana de todos os tempos. Pelo menos se levarmos em conta os quase 300 milhões de plays no Spotify. Entre seus versos enigmáticos sobre a passagem do tempo, o trecho "não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas" sempre intrigou os fãs do trabalho de Renato Russo. Afinal, o que significa essa mensagem?
De acordo com o site Letras.Mus, o verso trata da fragilidade do ser humano, que mesmo dotado de coragem (não ter medo do escuro) acaba pedindo para deixar as luzes acesas. O portal reflete: "Uma grande verdade que a música nos trás. Cada um tem o seu próprio tempo para compreender as coisas, para sentir, para acordar, para enfrentar, para desistir… Não tem como estarmos juntos no mesmo tempo. As experiências são individuais".
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Podemos entender também como uma metáfora sobre a sabedoria, de tentar aproveitar o tempo para aprendermos com as nossas experiências. A luz é o conhecimento e permanecer na ignorância seria a escuridão.
Já o site Cultura Genial explica que o personagem está reconhecendo a própria força, mas reconhecendo a fragilidade de uma situação específica: "O sujeito se permite refletir sobre o modo como tem vivido e dos tempos que atravessam".

O aprendizado que todo ser humano acumula ao longo da existência é debatido no site Psicanálise Clínica: "Por meio da poesia, Renato Russo descreve a jornada de crescimento do ser humano quando mesmo que reconheça a sua força, o eu lírico assume as suas fraquezas. Ele reflete a respeito do seu modo de viver e das vivências do seu presente".
Por fim, o site do Antônio Glauber vai além: "Temos uma vida pela frente para ser vivida. Esse trecho revela uma dualidade entre coragem e necessidade de segurança. Mesmo não temendo o desconhecido, ainda se busca um ponto de referência e conforto".

Renato Russo e "Tempo Perdido"
Em vídeo no YouTube, o pesquisador Júlio Ettore revelou que "Tempo Perdido" surgiu da fusão de duas músicas nunca lançadas pela Legião Urbana: "1977", um punk rock da fase inicial da banda, e "Gente Obsoleta", composta por Renato Russo. Segundo ele, a melodia e a harmonia vieram dessa última.
O título faz referência à obra "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust. Júlio também comenta que a canção gerou comparações com The Smiths — banda que Renato admirava, mas que acabou servindo de parâmetro para críticas. Em entrevistas, o próprio Renato chegou a dizer que sentiu vergonha da música por achar que havia ficado parecida demais com o grupo inglês.

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