Os cantores que Robert Plant estudou para se tornar um ícone: "Tentando ser tão bom"
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de agosto de 2025
A arte de um grande vocalista não nasce pronta. Embora alguns artistas já pareçam naturais no palco desde a primeira apresentação, alcançar o carisma necessário para figurar entre os maiores nomes da música exige tempo, técnica e referências sólidas. Antes de liderar o Led Zeppelin, Robert Plant fez a sua lição de casa ouvindo e observando alguns dos melhores cantores de sua geração.
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Nos primeiros discos da banda, já era possível perceber que Plant não tinha nada de inexperiente. O público britânico havia conhecido uma nova leitura do blues com o The Yardbirds, mas Jimmy Page levou o conceito adiante ao formar o Zeppelin e trazer Plant, dono de uma voz que lembrava Janis Joplin e de potência comparável a uma sirene de ataque aéreo em músicas como "How Many More Times" e "You Shook Me".
Como muitos jovens músicos britânicos, Plant tinha como base o blues americano de nomes como Howlin’ Wolf e Sleepy John Estes. Soar exatamente como eles era impossível, mas o cantor encontrou um caminho próprio: mesclar o clima psicodélico de sua antiga banda, Band of Joy, com a pegada blueseira da cena inglesa.

Em entrevista resgatada pela Far Out, Plant revelou que não havia um estudo formal, mas sim a inspiração direta em vozes que o impressionavam: "Eu não estudei nada, exceto tentar ser tão bom quanto Terry Reid, ou Steve Marriott, ou Steve Winwood, ou tantas outras pessoas que são cantores extraordinários."
A lista de influências não é modesta. Terry Reid chegou a ser convidado para integrar o Led Zeppelin antes de Plant. Já Steve Winwood, então à frente do Spencer Davis Group, adaptou o soul de artistas como Ray Charles para o público britânico e impressionou ao lado de Eric Clapton no Blind Faith, em faixas como "Had to Cry Today".

Steve Marriott, por sua vez, contribuiu para que Plant explorasse melhor suas notas mais graves. Tanto Marriott quanto Winwood eram capazes de alcançar agudos marcantes, mas também sabiam se preservar em interpretações mais suaves — lição que Plant incorporou em canções como "Going to California".
Essas influências ajudaram o vocalista a evitar que sua carreira se limitasse ao famoso "Percy voice" — seu timbre mais explosivo nos anos 1970. Projetos posteriores, como o álbum "Raising Sand", mostraram um lado mais contido e versátil de sua interpretação, fruto dessa formação variada.

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