Por que os músicos da Legião Urbana eram os mais bem pagos, segundo Marcelo Bonfá
Por Gustavo Maiato
Postado em 21 de julho de 2025
Ao longo de sua trajetória, a Legião Urbana não ficou marcada apenas por suas letras intensas, melodias atemporais e impacto cultural. Nos bastidores, a banda também se destacou por uma postura incomum — e admirável — em relação aos músicos que os acompanhavam. Em entrevista ao canal Corredor 5, Marcelo Bonfá, baterista e fundador da banda, revelou que essa preocupação com a equipe técnica e músicos de apoio sempre foi uma prioridade inegociável.
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A afirmação se refere a nomes como Carlos Trilha, Fred Nascimento, Gian Fabra e outros músicos que integraram a formação de apoio da banda em estúdio e turnês. Bonfá reforça que a decisão de remunerar bem os colegas de profissão não era apenas uma questão contratual, mas um valor ético. "Isso sempre foi nossa condição, cara. Tipo assim, é pela nossa classe, cara, músico, né?", explicou.
Na conversa, o baterista foi além da questão financeira e mergulhou em uma reflexão sobre humanidade, respeito e espiritualidade. "Fico puto quando músico é mal pago. Acho que o ser humano, a relação das pessoas, é um fim em si. Tá todo mundo aqui, todo mundo é igual, cada um é único", disse, destacando que a arte e a convivência devem caminhar lado a lado com empatia.

Ele ainda lembrou que todos são parte de uma mesma jornada, com dificuldades e experiências singulares. "Todo mundo nasceu, todo mundo vai morrer, tem que comer, tem que trabalhar pra viver. Isso tudo tem que ser respeitado como se todo mundo fosse igual, né?", afirmou, defendendo que o tratamento justo no trabalho reflete uma visão maior sobre o valor de cada indivíduo.
Confira a entrevista completa abaixo.

Músicos de apoio da Legião Urbana
Embora a formação clássica da Legião Urbana tenha sido composta por Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, o som que marcou gerações contou com o suporte de músicos talentosos que acompanharam o trio em estúdio e nos palcos. Durante os anos 1990, especialmente nas turnês e gravações ao vivo, diversos instrumentistas ajudaram a consolidar a identidade sonora da banda.
Fred Nascimento esteve ao lado da Legião por quase uma década, participando dos álbuns "Música para Acampamentos", "As Quatro Estações Ao Vivo" e "Como É Que Se Diz Eu Te Amo". O baixista Gian Fabra, conhecido por sua atuação na banda Buana 4, integrou a banda em shows no fim da carreira do grupo. Tavinho Fialho, que faleceu em 1993, teve sua trajetória homenageada no disco "O Descobrimento do Brasil", com a faixa "Love in the Afternoon".

Bruno Araújo também marcou presença nos anos finais, tocando baixo em gravações ao vivo e no disco "V". O guitarrista Sérgio Serra (ex-Ultraje a Rigor) colaborou em 1992, e Mú Carvalho, tecladista da A Cor do Som, participou da turnê de 1990. Já Carlos Trilha, que mais tarde trabalharia nos álbuns solo de Renato Russo, passou a integrar a equipe após a saída de Mú e foi um dos mais atuantes na reta final da Legião.

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