Quando George Harrison revelou com qual ex-Beatle ele não toparia mais tocar
Por Bruce William
Postado em 19 de maio de 2025
George Harrison nunca teve o perfil de líder carismático ou o apetite por holofotes. Mesmo depois de se libertar da cota de duas músicas por disco nos Beatles e alcançar sucesso solo com "All Things Must Pass", sua preferência sempre foi fazer parte de um time — desde as sessões com o pessoal do Derek and the Dominoes, que foram sua banda de apoio, até o clima descontraído dos Traveling Wilburys.
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Essa inclinação colaborativa se estendia também a seus antigos colegas de banda. Mesmo com os desentendimentos que marcaram os últimos anos dos Beatles, Harrison nunca descartou a ideia de trabalhar com eles novamente. Com Ringo Starr, por exemplo, contribuiu diretamente para o sucesso da música "Photograph", além de participar de faixas que reuniam todos os quatro, como no disco "Ringo" (1973), frequentemente chamado de "o álbum perdido dos Beatles".
A relação com Lennon era ainda mais forte. George via John como uma espécie de irmão mais velho dentro do grupo e participou de algumas gravações dele, como a ácida "How Do You Sleep?". Apesar dos conflitos que marcaram a separação da banda, Harrison não escondia sua admiração. "John passou pelo que tinha que passar, mas parece que agora está tudo mais equilibrado entre a gente. Pra falar a verdade, eu toparia entrar numa banda com o John Lennon a qualquer momento."

A frase foi dita anos após o fim dos Beatles, ressalta a Far Out, e veio acompanhada de uma confissão ainda mais direta: "Mas eu não poderia entrar numa banda com Paul McCartney, e não é nada pessoal. É só do ponto de vista musical." Harrison deixou claro que a decisão não envolvia mágoas ou disputas emocionais, e sim diferenças criativas — uma distância artística que já se desenhava desde a segunda metade da década de 1960.
Na época do projeto "Anthology", nos anos 1990, essas tensões ficaram mais visíveis. Harrison só aceitou participar após saber que Jeff Lynne produziria as faixas. McCartney, conhecido pelo perfeccionismo, ainda era visto como alguém que queria controlar todos os detalhes — o que naturalmente entrava em choque com a postura mais relaxada de George.

Apesar disso, Harrison não guardava ressentimentos profundos. Continuava considerando Lennon um parceiro com quem teria prazer em dividir uma banda novamente. Chegou até a dizer que ele se encaixaria naturalmente nos Wilburys, grupo que fundou anos depois ao lado de Bob Dylan, Roy Orbison, Jeff Lynne e Tom Petty.
No fim, o que pesava mesmo era a sintonia musical. Com Lennon, ela parecia ter resistido ao tempo e às brigas. Com McCartney, continuava tecnicamente impecável — mas, para George, faltava o espaço que sempre buscou ter.

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