A clássica canção dos Beatles onde Ringo Starr quase ficou de fora, mas chegou na hora certa
Por Bruce William
Postado em 19 de outubro de 2024
Ringo Starr, nascido Richard Starkey em 1940, começou sua carreira musical tocando em bandas locais de Liverpool, tais como Rory Storm and the Hurricanes. Sua entrada nos Beatles ocorreu em 1962, substituindo o baterista Pete Best. Com sua personalidade descontraída e estilo único, Ringo se encaixou rapidamente no então novato conjunto, trazendo estabilidade à formação da banda que logo se tornaria um fenômeno mundial.
Beatles - Mais Novidades
Muitos críticos ao longo dos anos questionaram a habilidade técnica de Ringo, alegando que ele não tinha a mesma rapidez ou complexidade de bateristas, tanto de sua época e, principalmente, dos que surgiram posteriormente. No entanto, músicos e especialistas defendem que sua abordagem minimalista e criativa era perfeita para os Beatles. Ao invés de impressionar com velocidade, ele contribuiu com grooves precisos, que complementavam e realçavam as canções de Lennon, McCartney e Harrison, tornando-se fundamental para o som característico da banda.
Há até quem afirme que Ringo não foi sequer importante para os Beatles, e que o quarteto de Liverpool seria o que é, estando ele ou não ali na bateria. Não vamos entrar nesta discussão. O fato é que, em muitos pequenos detalhes, Ringo esteve presente e colocou a sua marquinha ali - embora nem sempre tenha sido proposital, como vamos ver abaixo. O fato é que qualquer outro que estivesse no posto teria resultado em detalhes diferentes do que conhecemos da obra dos Beatles.
Caso por exemplo de "Hey Jude". Escrita por Paul McCartney para consolar o filho de John Lennon, ela foi lançada como um single em 1968 e conta com uma duração total de mais de sete minutos, o que era incomum na época no universo da música pop.
A canção foi trabalhada durante as sessões de gravação do "White Album", e a ideia era que ela fosse lançada o mais rápido possível, já que os envolvidos haviam percebido que ela poderia bombar - como de fato bombou, sendo um dos singles mais bem vendidos dos Beatles. Na época, existiam muitos conflitos entre os músicos, e vez por outra eles acabavam se desentendendo e até mesmo chegando a ponto de discutir entre si, muitas vezes por motivos relacionados com a falta de comunicação entre eles.
E uma falha de comunicação durante a gravação do que seria a master de "Hey Jude" quase interrompeu toda a música. Conforme o relato da Far Out, Paul McCartney relembrou: "Gravamos em Trident Studios em Soho, Londres, e Ringo tinha acabado de ir ao banheiro, que ficava logo depois do estúdio."
Mas por causa da disposição dos instrumentos no estúdio, McCartney não enxergava a cabine de bateria de Starr, que agora estava vazia. Assim, a fita começou a rodar e McCartney começou a tocar a introdução de "Hey Jude". "Eu não sabia, não tinha visto ele sair. Eu pensei que ele estava na cabine de bateria, que estava escondida de nós. Então eu comecei [a música], e estou passando por essa longa introdução sem a bateria."
Prossegue Paul: "Quando estou no meio da introdução, vejo essa figura se esgueirando atrás de mim, é o Ringo. Ele tinha acabado de terminar e estava tentando chegar à bateria". Como "Hey Jude" tem uma introdução longa com McCartney cantando e tocando piano, e a bateria de Ringo só entra quase um minuto depois, ele teve um pouco mais de tempo para voltar do banheiro.
Conforme pontua a Far Out, na verdade, a música inteira poderia ter acabado sem bateria ou aquele take muito possivelmente seria descartado, e o que conheceríamos hoje como "Hey Jude" seria um pouco diferente do que conhecemos. Se Ringo não tivesse saído do banheiro quando saiu, a introdução de "Hey Jude" poderia ter sido muito mais longa. Sem contar que, para chegar até ela, Starr teve que enfrentar um verdadeiro desafio, cruzando uma quantidade enorme de equipamentos sem interromper o resto da banda, que já havia começado a gravação. "Ele percebe que estamos gravando; ele não quer interromper porque parece que está indo bem; esse era o take. Ele se senta exatamente na hora que ele tem que tocar", relembra Paul, acrescentando: "Meu Deus, esse homem é abençoado."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Ingressos do AC/DC em São Paulo variam de R$675 a R$1.590; confira os preços
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
O melhor disco do Anthrax, segundo a Metal Hammer; "Um marco cultural"
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
Como político Arthur do Val aprendeu a tocar "Rebirth", do Angra, segundo o próprio
A reação de Malu Mader e Marcelo Fromer à saída de Arnaldo Antunes dos Titãs

Paul McCartney morreu mesmo em 1966? O próprio - ou seu sósia - responde
O hit de Paul McCartney que John Lennon queria ter cantado: "Eu teria feito melhor"
A música que Paul McCartney não toca ao vivo por ter sido "deturpada" em sua ideia original
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
O megahit dos Beatles que Mick Jagger acha bobo: "Ele dizia que Stones não fariam"
Geddy Lee compara "Give It Away" do Red Hot Chili Peppers a uma canção dos Beatles
O maior rockstar que existiu para David Bowie, que pensava a canção como gesto e atitude
A banda mais influente da história do rock, na opinião de Regis Tadeu
Quando Michael Jackson traiu a amizade que tinha com Paul McCartney


