O recurso tão perigoso usado pelo Pink Floyd que foi preciso contratar o Exército dos EUA
Por Bruce William
Postado em 16 de maio de 2025
Ao planejar sua primeira turnê sem Roger Waters, o Pink Floyd queria deixar claro que ainda estava em outro patamar. Com o álbum "A Momentary Lapse of Reason" pronto, a banda mirava um novo espetáculo visual — maior, mais ousado, e com tecnologia que ninguém mais estava usando. Lasers já eram comuns em shows de rock naquela época, mas para o Pink Floyd isso não bastava. Eles queriam algo único, que levasse a experiência a outro nível.
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Foi então que o designer de iluminação Marc Brickman descobriu a existência de um laser dourado — muito mais potente do que os verdes e vermelhos que outras bandas usavam, relata a Ultimate Classic Rock. O problema: esse laser era classificado como armamento militar e só existia nos arsenais do Exército dos Estados Unidos. Brickman decidiu procurar diretamente os militares. Em reunião com representantes do governo, ouviu um aviso direto: o laser era perigoso e podia ferir pessoas se mal direcionado. Mesmo assim, a resposta foi sim — com uma condição.
Para cada show da turnê, seria necessário levar um representante do Exército. Esse profissional teria que inspecionar todos os espelhos e ângulos de disparo antes da apresentação, garantindo que nenhum feixe atingisse o público. Era um cuidado digno de operação militar, mas Brickman topou. Quando contou a novidade ao empresário Steve O'Rourke, avisou: "Prepare o bolso". E assim, o Pink Floyd se tornou provavelmente a única banda de rock a usar tecnologia militar de verdade no palco — com vigilância incluída.

Durante a conversa, os militares ainda fizeram uma oferta extra. Eles estavam testando uma experiência com íons negativos no ar, que poderia gerar uma explosão atmosférica em larga escala sobre o estádio. A ideia era criar um impacto visual gigantesco, absorvendo rapidamente os íons e provocando um efeito semelhante ao de uma detonação — sem usar explosivos. Brickman pensou duas vezes e recuou: "Talvez isso seja um pouco demais para os fãs", respondeu, recusando o experimento.
Mesmo sem a explosão de íons, a turnê já era descomunal. Com os lasers dourados sob controle militar, o Pink Floyd entregava um espetáculo sem precedentes — algo que reforçava sua obsessão por inovação e controle visual absoluto. A luz não era só parte do cenário: era linguagem, narrativa, atmosfera. E eles estavam dispostos a tudo para mantê-la sob seu comando, mesmo que isso significasse negociar com o Pentágono.

Esse tipo de busca pelo inédito ajudou a consolidar a imagem da banda como referência em shows de grande porte. Não era apenas uma questão de tamanho ou volume, mas de visão. Em vez de seguir tendências, o Pink Floyd buscava o que ninguém mais ousava tocar — mesmo que isso envolvesse armas, soldados e negociações fora do circuito musical. Quando todo mundo usava laser verde, eles queriam o dourado. E foram lá buscar.

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