A música de "The Wall" que Roger Waters tirou do filme porque achou a cena "fraca"
Por Bruce William
Postado em 18 de julho de 2025
O Pink Floyd acabou ficando associado aos álbuns conceituais, que são discos que não apenas carregam um tema, mas contam uma história do começo ao fim. E embora o grupo não tenha inventado o formato, ninguém pode negar que souberam dominá-lo como poucos. Se "The Dark Side of the Moon" virou um clássico absoluto, "The Wall" foi ainda além, a ponto de virar filme em 1982.
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A adaptação para o cinema seguiu a narrativa do disco: a história de Pink, um astro do rock que mergulha em isolamento e constrói um muro psicológico para se proteger do mundo. O personagem, como já se sabe, foi inspirado em parte em Syd Barrett, o antigo líder da banda, cuja saúde mental deteriorou-se a ponto de afastá-lo dos palcos e da própria realidade.
Barrett virou uma sombra distante, um amigo ausente que marcou a história do Pink Floyd e acabou refletido nas músicas. O processo de criação de The Wall funcionou quase como uma catarse para os membros da banda, especialmente para Roger Waters, que canalizou muito dessas experiências na construção da obra.
Mas, por mais bem amarrado que o conceito do álbum pareça, nem todas as peças funcionaram do mesmo jeito na transposição para o cinema. Waters revelou que, ao final das filmagens, achou que uma parte específica simplesmente não fazia sentido na versão para as telas.

A cena em questão envolvia "Hey You", uma das músicas mais reconhecidas do disco mas que acabou cortada do filme. Em uma conversa final com o diretor Alan Parker, reproduzida na Far Out, Waters propôs retirar o trecho inteiro. "Eu me lembro que, quase no final do filme, eu disse: 'Acho que o rolo 7 não funciona e deveríamos cortar'. E ele disse: ‘Ok’. E aquilo era ‘Hey You’."
O problema não estava na música em si, mas na maneira como ela aparecia no filme. Waters achava que o trecho visual era fraco e que o excesso de montagens estava deixando o ritmo cansativo. Sem tempo para ajustes, decidiram simplesmente cortar a cena, e com ela foi embora também a música.

No fim das contas, a decisão mostrou que, mesmo em um álbum construído como uma narrativa contínua, nem sempre todas as faixas são indispensáveis para contar a história. Waters provou que, às vezes, até em um conceito fechado, é possível - ou necessário - arrancar algumas páginas sem desmontar o enredo.
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