O artista que é um dos mais subestimados de todos os tempos, segundo David Gilmour
Por Gustavo Maiato
Postado em 21 de julho de 2025
Ícone do Pink Floyd e referência máxima da guitarra atmosférica, David Gilmour não tem receio de apontar seus heróis musicais — mesmo sendo ele próprio uma influência para gerações inteiras. Em vez de esconder suas inspirações como muitos artistas do topo da cadeia musical, Gilmour faz questão de prestar tributo àqueles que moldaram sua arte. Entre eles, um nome se destaca como o mais subestimado de todos: Bob Dylan.
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Em entrevista ao jornal The Guardian (via Far Out), publicada em 2006, Gilmour foi direto ao falar sobre o impacto do cantor de "Like a Rolling Stone" em sua trajetória. "As pessoas subestimam suas habilidades musicais por causa do talento lírico", afirmou. "As melodias e as palavras saem como uma flecha. Eu acho que ele era inacreditável. E ainda é."
Embora Dylan tenha ficado marcado como o grande poeta da música popular, Gilmour faz questão de exaltar seu domínio melódico, especialmente na fase inicial da carreira, quando ainda era o jovem trovador acústico da cena folk. "O poder do jovem Dylan, como cantor de protesto com seu violão – que ele sempre negou ser, mas desculpe Bob, você era um cantor de protesto – é algo que me marcou profundamente", contou o guitarrista.

David Gilmour e Bob Dylan
Mesmo a guinada elétrica de Dylan nos anos 1960, que provocou reações furiosas em parte do público, incluindo tentativas de agressão, foi bem recebida por Gilmour. Ele viu na mudança uma evolução natural de um artista que se recusava a se prender às expectativas alheias. "Nunca achei que ele fosse um monstro por ter se eletrificado. Eu gostei da mudança", declarou.
A influência de Dylan não se restringe apenas ao aspecto sonoro. Para Gilmour e também para seu ex-colega de banda Roger Waters, as letras afiadas de faixas como "Masters of War" e "Blowin’ in the Wind" abriram caminhos para abordagens críticas e politizadas em músicas como "Money", "Us and Them" e toda a narrativa de "The Wall".

Mesmo décadas depois, Gilmour mantém o mesmo respeito. Para ele, o Dylan dos primeiros discos é insubstituível, com um talento que vai muito além da poesia. "Aquelas músicas têm uma pureza rara. Ele conseguia se conectar com as pessoas de uma forma direta, sem precisar de nada além de um violão e sua voz", concluiu.
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